Familiares acusam a Polícia Militar de matar um jovem cego durante a Operação Verão em São Vicente / Divulgação/Governo de São Paulo
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Familiares acusam a Polícia Militar de matar um jovem cego durante a Operação Verão em São Vicente. De acordo com a família, ele não tinha qualquer envolvimento com o crime e estava dentro de sua casa, que teria sido invadida pelas forças policiais. O jovem, que tinha 24 anos era cego de um olho e tinha apenas 20% da visão do outro, o que impedia que enxergasse qualquer coisa a mais de 30 centímetros de distância, ainda segundo os familiares.
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O caso ocorreu no dia 7 de fevereiro. O jovem recebeu a visita de um amigo em casa, na avenida Oswaldo Toschi, e familiares dizem que policiais da Rota invadiram a residência empunhando fuzis. Eles se foram até o cômodo onde o jovem conversava com o amigo e dispararam contra os dois. Ambos foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos. O jovem cego morreu dois dias depois. O amigo morreu no mesmo dia.
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A denúncia consta em relatório produzido pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo sobre violações de direitos humanos durante a Operação Verão, continuidade da Operação Escudo. O relatório foi entregue nesta segunda (26) ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo. Iniciada após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, no dia 2, a Operação Verão provocou a morte de 33 pessoas em supostos confrontos com policiais até a última sexta (23).
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No registro da ocorrência, os policiais relatam que entraram no imóvel em razão de uma denúncia de tráfico de drogas e que houve reação.
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A família nega a versão da polícia. E apresentou laudos para comprovar que desde 2016 a vítima sofria de doença ocular chamada ceratocone bilateral avançado, "tornando improvável a versão policial de que ele tivesse ameaçado os policiais com uma arma de fogo".
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Questionada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirma que os casos de mortes decorrentes de intervenção policial são consequência direta da reação violenta de criminosos à ação da polícia no combate ao crime organizado, que tem presença na Baixada Santista e já vitimou três policiais militares desde 26 de janeiro. "A opção pelo confronto é sempre do suspeito, colocando em risco a vida do policial e da população", diz a pasta.
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