São Vicente

Cidade do litoral de SP entrega óleo de Cannabis para tratar crianças autistas

O projeto selecionou 15 crianças, entre 4 e 13 anos, com alterações comportamentais moderadas e severas, nas áreas de coordenação motora, comunicação e interação social

Jeferson Marques

Publicado em 10/11/2024 às 14:37

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Óleo de Cannabis foi entregue para famílias de crianças autistas com grau de severidade / Divulgação/Prefeitura de São Vicente

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A Secretaria da Saúde de São Vicente (Sesau), em parceria com o Instituto Adesaf (Articulação de Tecnologias Sociais e Ações Formativas), realizou nesta sexta-feira (8) a entrega do óleo de cannabis para os pais de crianças com transtornos do espectro autista (TEA), do projeto ‘Flor e Ser’, na sede do instituto.
 
O projeto selecionou 15 crianças, entre 4 e 13 anos, com alterações comportamentais moderadas e severas, nas áreas de coordenação motora, comunicação e interação social. Os critérios foram: residir no Município com mais de um ano de acompanhamento nos serviços públicos de referência para TEA, como o Centro de Especialidades Médicas (CEMESV) e Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II Infantojuvenil; passar por avaliação da equipe multiprofissional e médica (psiquiátrica e neuropediátrica) e ser resistentes ao tratamento convencional.
 
A presidente do instituto Adesaf, Fernanda Gouvêa, explica como funciona o projeto.

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“O nome do projeto ‘Flor e Ser’ visa juntar a flor base da cannabis e a vontade de dar autonomia para essas crianças, para que elas sejam protagonistas em suas vidas. O início desse projeto foi há dois meses, com base em pesquisas de qualidade de vida. Os responsáveis vinham até o instituto, duas vezes por semana, e as crianças passavam por um acompanhamento multidisciplinar para entender o comportamento delas com os remédios tradicionais. O nosso foco é dar uma qualidade de vida para pessoas que não reagem da forma esperada aos remédios habituais. O tratamento irá durar 12 meses com profissionais da área médica, psicologia, terapia ocupacional e serviço social sob supervisão da Diretoria de Atenção Especializada da Secretaria da Saúde. Ao longo desse período, vamos ver como é a resposta ao medicamento”.
 
Fernanda também deu detalhes sobre a produção e posterior administração da dose.

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“Nós produzimos o óleo através da planta base aqui na sede. O óleo terá uma administração diária e individual, pois dependendo do grau do transtorno do espectro autista, é receitada uma dose para cada paciente, após avaliação médica”.
 
Uma das contempladas foi Simone Trindade Santos, mãe do Caleb Trindade Messias Dos Santos, de 4 Anos: “Minha expectativa é que meu filho durma melhor, tenha mais foco e interaja com as outras pessoas, já que ele tem essa dificuldade na comunicação. Eu conhecia o tratamento, já tinha lido sobre. Quando meu filho foi selecionado para participar, fiquei extremamente feliz. Acredito que esse projeto possa melhorar muito a vida dele”.
 
Quem também esteve presente e não segurou a emoção foi Luciana Dos Santos, mãe do pequeno Cleoni Dos Santos, de 4 anos: “Para mim foi maravilhoso saber que meu filho vai participar desse tratamento. Ele tem muita dificuldade de dormir à noite, pois já tomou diversos medicamentos, mas nenhum faz efeito. Isso faz com que ele acabe acordando muitas vezes à noite, com comportamento agressivo. O pessoal do instituto me explicou que é um tratamento que pode dar certo, como também pode não dar, mas tenho a expectativa de que isso possa ajudar meu filho a ter uma noite de sono melhor”.
 
“A palavra que expressa meu sentimento é felicidade em poder proporcionar qualidade de vida para essas crianças com transtorno do espectro autista e para as suas famílias que, muitas vezes, ficam aflitas por não conseguir achar uma alternativa. Esse projeto é uma possibilidade. Uma iniciativa pioneira na Baixada Santista. Espero que renda muitos frutos lá na frente”, enfatizou Michelle Santos, secretária da Saúde.

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