Santos
O dinheiro que poderia ser utilizado em benefício da população, para as mais diversas finalidades, acaba sendo gasto em reparos e reposições dos mais diferentes materiais
Custo de reparos em equipamentos culturais gera prejuízo médio de R$ 100 mil por ano / Divulgação/PMS
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Atos de vandalismo contra espaços e equipamentos públicos, seja por má intenção ou mau uso, leva embora centenas de milhares de reais dos cofres públicos de Santos todos os anos. O dinheiro que poderia ser utilizado em benefício da população, para as mais diversas finalidades, acaba sendo gasto em reparos e reposições dos mais diferentes materiais.
Fachadas, bancos, estátuas, entre outros espaços e mobiliário urbano, sofrem constantemente com quebras, pichações e outros tipos de depredação. Além disso, fiações elétricas, placas de bronze presentes em monumentos históricos, torneiras e até bocas de lobo entram na lista dos objetos furtados. Estas são atitudes que atingem, principalmente, a Região Central da Cidade.
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“Antigamente, era muito comum colocar peças de bronze nas esculturas. Hoje fazemos em aço inox ou em fibra imitando bronze, em razão dessas ocorrências. A gente viu que o número de furtos caiu um pouco, já que agora essas peças quase não têm mais valor comercial”, afirmou a coordenadora de Museus, Galerias e Preservação de Monumentos da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), Inês Rangel.
O valor médio com reparos motivados por vandalismo chega a R$ 100 mil anuais pela pasta de Cultura, responsável pelos 133 monumentos presentes em espaços públicos da Cidade. Já a Secretaria de Serviços Públicos (Seserp), que tem como uma de suas atribuições a reposição de itens como bocas de lobo e contentores de lixo, gastou ainda mais nos últimos anos: R$ 1 milhão em 2020, R$ 3 mi em 2021 e R$ 452 mil no ano passado.
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Contudo, o titular da pasta de Segurança (Seseg), Sérgio Del Bel, explica que o prejuízo não é somente monetário. “Também perdemos no sentido fazer um esforço para enviar uma viatura ao local da ocorrência para deter os responsáveis, enquanto esse veículo poderia estar em patrulha pela segurança pessoal dos munícipes. Esse é um prejuízo impossível de valorar, mas que também é importante”, afirmou.
MONITORAMENTO
A Cidade conta com 1.730 câmeras monitoradas diariamente por agentes da Guarda Civil Municipal (GCM), Polícia Militar (PM), entre outros órgãos de segurança, por meio do Centro de Controle Operacional (CCO) da Prefeitura. O aparato tecnológico contribui para a preservação do patrimônio público ao auxiliar na identificação dos vândalos e no acionamento rápido das autoridades.
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“Quando detectamos um ato de vandalismo pelas câmeras, acionamos a viatura mais próxima para se dirigir ao local, da PM ou GCM, dependendo do tipo de ocorrência. Porém, o tempo decorrido entre a detecção e a chegada da viatura pode permitir que as pessoas se evadam do local, visto que são ações que, às vezes, duram segundos”, explicou Del Bel.
No caso de flagrante pela GCM, os indivíduos são encaminhados à PM. No entanto, quando os vândalos já não se encontram mais no local, as imagens são recuperadas, tratadas para melhorar a visibilidade e encaminhadas aos órgãos competentes, a fim de contribuir com a identificação e responsabilização dos autores do crime. A recuperação também ocorre quando o ato não é detectado instantaneamente.
Somente em 2022, foram registradas 162 ocorrências pelo CCO. Porém, a coordenadora de Museus, Galerias e Preservação de Monumentos explica que um único ato de vandalismo já é capaz de gerar gastos expressivos. “Há uns 10 anos, furtaram uma estátua que pesava mais de 200 quilos e tinha 1,9m de altura. O indivíduo colocou dentro de um contentor, enrolado em plástico, mas a GCM achou a atitude suspeita. Se eles não tivessem interceptado, gastaríamos cerca de R$ 300 mil para refazer com todos os detalhes, já que a peça era de bronze”.
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Inês ainda explica que, dependendo da gravidade do crime, os reparos podem demorar até três meses para ficarem prontos. “O prejuízo é de todos nós, porque os danos são reparados com recursos públicos, do povo. É preciso ensinar as novas gerações a ter cuidado e respeito pelos espaços públicos e monumentos e sempre denunciar, porque nos ajuda muito”, disse.
DENÚNCIAS
Munícipes que flagrarem atos de vandalismo no Município devem acionar a GCM pelo número 153 ou a Polícia Militar pelo 190. A denúncia é anônima.
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