Preocupante
Historicamente, o El Niño significa mais chuvas na Região Sul do País, o que favorece o avanço desses sistemas até o Litoral de São Paulo
Foram 155 milímetros de chuva no mês passado. Nos últimos 25 anos, fevereiro registrou volume médio de 287,5 milímetros / Nair Bueno/Diário do Litoral
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O índice pluviométrico em fevereiro foi de apenas 53% da média histórica em Santos. Em números absolutos, foram 155 milímetros de chuva no mês passado. Nos últimos 25 anos, fevereiro registrou volume médio de 287,5 milímetros, segundo dados da Defesa Civil. E, até aqui, o verão também está muito mais quente que nos anos anteriores. Em dezembro, janeiro e fevereiro, os extremos de temperatura elevaram os termômetros para picos de até nove graus Celsius acima da média histórica, com calor de até 40 graus. A incidência de um fenômeno climático El Niño mais potente que os registrados anteriormente explica, em parte, esse comportamento atípico do clima na Cidade.
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Historicamente, o El Niño significa mais chuvas na Região Sul do País, o que favorece o avanço desses sistemas até o Litoral de São Paulo. E foi isso que aconteceu em janeiro, com chuvas muito acima da média em Santos, que registrou 584 milímetros no primeiro mês do ano, enquanto a média histórica é de 336,4 milímetros.
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Mas, o fenômeno climático causado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico próximo à Linha do Equador, perdeu intensidade com o avanço da estação mais quente do ano. E isso reduziu o volume de chuvas na Região Sul, desmobilizando eventuais frentes frias capazes de trazer umidade à Região Metropolitana da Baixada Santista.
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"Os sistemas que avançam do Sul são muito importantes para o Litoral de São Paulo, grande parte das chuvas é causada pelo avanço desses sistemas (frentes) que vêm do Sul. E eles estavam muito fracos em fevereiro. Não houve o avanço de nenhum sistema forte do Sul para cá. A chuva ficou abaixo da média até no Sul", explica o meteorologista Franco Cassol, da Defesa Civil de Santos.
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Mas, Cassol admite que a expectativa para março é que o índice pluviométrico fique próximo da média histórica: "Fevereiro foi atipicamente fraco em termos de chuva, mas volta a ter condições para alguns sistemas de chuvas mais fortes já agora em março".
A partir de abril, a tendência natural é de queda na frequência e no volume das precipitações, até a volta da primavera. "Ainda estaremos em situação de El Niño no início do outono, mas depois passa para uma faixa de neutralidade", resume o meteorologista.
E essa "neutralidade" climática significa a volta das temperaturas normais às águas do Pacífico e, consequentemente, o fim do fenômeno El Niño nesta temporada.
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CALOR ACIMA DA MÉDIA.
As temperaturas acima da média histórica também foram destaque no balanço dos primeiros 100 dias do verão 2023/24. Com média de 29,1 graus nos últimos 25 anos, dezembro registrou pico de 38,5. Mais: o último mês do ano passado, transição da primavera para o verão, teve 18 dos 31 dias com termômetros acima da média histórica.
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Janeiro foi ainda mais quente, com extremo de 39,7 graus e 15 dos 31 dias com temperaturas superiores às médias registradas nos últimos 25 anos.
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E a falta de chuvas em fevereiro influenciou os termômetros, que atingiram o pico do verão 2023/24 até aqui. Conforme as medições da estação meteorológica localizada no Jardim São Manoel, Santos registrou 40,4 graus Celsius no último dia 13. Mas, o mês passado teve temperaturas acima da média em 16 dos 29 dias.
"Esse verão como um todo está mais quente do que a média histórica. E isso já tem sido observado no mínimo desde novembro", salienta o meteorologista da Defesa Civil de Santos.
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