Santos

Santos terá ato em defesa Yanomami nesta sexta-feira

Mobilização será realizada às 15 horas, na Rua Riachuelo, em frente à Polícia Federal

Carlos Ratton

Publicado em 06/05/2022 às 07:30

Atualizado em 06/05/2022 às 20:02

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

Hoje (6), às 15 horas, na Rua Riachuelo 27, Centro de Santos, em frente ao prédio da Polícia Federal, está programado um ato contra os ataques aos Yanomamis - grupo de aproximadamente 35 mil indígenas que vivem em cerca de 200 a 250 aldeias na floresta amazônica, na fronteira entre Venezuela e Brasil.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

A manifestação é organizada pelas lutadoras e lutadores dos direitos humanos de vários movimentos, feministas, negros, sindicalistas de diversas categorias, partidos políticos de esquerda e lideranças indígenas da região.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Yanomami acusa garimpeiros pelo estupro e morte de criança indígena e sequestro de bebê da tribo

• Piloto de Fernandinho Beira-Mar tem licença para garimpar na Amazônia

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Conforme explicam os organizadores, o genocídio do povo originário acontece desde a invasão em Abya Yala (nome originário do continente onde o Brasil se encontra).

Continua depois da publicidade

"A colonização não acabou! É um absurdo o que está acontecendo nas florestas, o garimpo mata!", alertam.

O ato ainda cobra responsabilidades sobre o suposto crime envolvendo uma criança Yanomami, de 12 anos, estuprada até a morte por garimpeiros e outra, de três anos, jogada em um rio, além de incêndios criminosos e indígenas desaparecidos.

DENÚNCIA

Continua depois da publicidade

Na noite do dia 25 de abril último, o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, denunciou, por meio de um vídeo, que a menina teria sido vítima de violência sexual e foi a o óbito durante um ataque dos garimpeiros na comunidade.

Segundo Hekurari, com base em informações recebidas via rádio de pessoas da região, uma mulher e uma criança também estariam desaparecidas. Já no dia 29 de abril, o Condisi-YY relatou o sequestro de um indígena Yanomami recém-nascido por um garimpeiro, que alegou ser o pai da criança.

A região de Waikás possui forte presença de garimpeiros e registrou o maior avanço de exploração ilegal de minérios, de acordo com o relatório "Yanomami Sob Ataque: Garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami e propostas para combatê-lo", lançado pela Hutukara Associação Yanomami (HAY), também em abril deste ano.

Continua depois da publicidade

NÚMEROS

Segundo dados extraídos do documento, em 2021 o garimpo ilegal avançou 46% em comparação com 2020. De 2016 a 2020, o garimpo na TIY cresceu nada menos que 3.350%, ressalta o levantamento. Estudos conduzidos, em 2014, pela Fundação Oswaldo Cruz, a pedido das comunidades, constatou que 92% dos indígenas da comunidade de Aracaça apresentaram índices elevadíssimos de mercúrio no sangue.

Os documentos também apontam que o garimpo é responsável pela desestruturação, aliciamento e abuso sexual nas imediações das comunidades indígenas, o que aponta que o recente crime cometido contra a menina Yanomami não é um caso isolado. Em 2020, foram registrados crimes de violência e abuso sexual e mortes cometidos por garimpeiros a outras meninas Yanomamis.

Continua depois da publicidade

PL

Os organizadores do ato santista ressaltam que a tese do marco temporal, junto com os projetos de lei 490 e 191, institucionalizam a colonização e o genocídio.

Ano passado, mais de 160 organizações da sociedade civil enviaram uma carta aberta ao presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira contra o PL 490, que dificulta a demarcação de terras indígenas. Para as entidades que assinam o documento, a PL 490 ataca os povos originários e o Meio Ambiente.

Continua depois da publicidade

O projeto de lei 191 vai estimular a atividade garimpeira e provocar morte entre populações indígenas. O PL 191 pretende regulamentar a exploração de recursos minerais e a construção de hidrelétricas no interior de terras indígenas.

A abertura de terras à exploração econômica é promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro.

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software