Santos

Santos sofre com a falta de médicos veterinários

Há ainda o caso do Consultório do Monte Cabrão, inaugurado em 6 de junho e ainda continua fechado por falta de veterinário

Carlos Ratton

Publicado em 30/08/2022 às 07:00

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Codevida possui dois castramóveis e um deles está parado há anos, precisando de conserto, diz Furtado / Divulgação/ PMS

Não há veterinários no serviço público santista suficientes para cobrir a demanda que vem crescendo sistematicamente nos últimos anos. A informação se tornou pública recentemente após polêmica nas redes sociais dando conta de uma possível negligência profissional envolvendo a Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida), um órgão da Prefeitura de Santos, ligado à Secretaria do Meio Ambiente.

Também usando as redes sociais, o vereador Benedito Furtado (PSB), que luta pela causa animal e criador da Codevida, saiu em defesa do órgão, mas afirmou que existem dois castramóveis e um deles está parado há anos, precisando de conserto.

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"Venho cobrando insistentemente e desde então, nada fazem. E mesmo que este ficasse pronto, não teria condição de atuar por falta de médicos veterinários", lamenta.

O parlamentar reforça que, além da quantidade de profissionais ser insuficiente para atender a forte demanda que cresce a cada dia e cada vez mais, o Consultório Médico Veterinário de Monte Cabrão, inaugurado em 6 de junho último, ainda continua fechado por falta de médicos por conta de licenças de servidores.

"A Codevida não tem um único servidor administrativo. Essa demanda é atendida precariamente por servidores de outras funções e estagiários. A estrutura voltada à proteção e o bem-estar animal não pode ficar refém da falta de servidores efetivos nos cargos, de licenças-médica ou prêmio, férias ou, ainda, pela ineficiência generalizada da máquina pública", afirma.

Para o parlamentar, o mínimo que a sociedade espera é que a cadeia de comando, responsável pela gestão da unidade, "aja com a necessária seriedade e responsabilidade para dar cabo das imperfeições que lhe são apontadas e isso eu tenho feito sistematicamente. São indicações, requerimentos, seguidas reuniões e o que me fica evidente é que fazem ouvidos de mercador para muitos dos problemas evidentes".

CIRURGIAS.

Outro problema que compromete os serviços, segundo Furtado, é que boa parte dos médicos veterinários que estão na Codevida não realiza cirurgias, mas o Conselho Federal de Medicina Veterinária afirma que todo médico veterinário já sai apto a fazer cirurgia.

"Conclusão: muitos dos aprovados acabam se dedicando apenas aos atendimentos ambulatoriais e jamais se aperfeiçoam com a finalidade de atuar nas demais demandas necessárias, para melhorar a qualidade do serviço prestado por aquele equipamento público. É um absurdo sem tamanho!", afirma.

O vereador afirma que há tempos vem propondo parcerias com clínicas veterinárias particulares, para cobrir os horários de atendimento que não sejam comerciais, até que o "tão sonhado hospital veterinário seja construído, equipado e finalmente entregue para o devido uso".

CODEVIDA.

Conforme propaga a Prefeitura, a Codevida foi criada pela Lei Complementar 542, art. 548, de 27/09/2005 (reforma administrativa) e tem como função principal o controle populacional de cães e gatos. Além disso, oferece atendimento médico aos animais castrados da população de baixa renda.

A Codevida é uma das únicas entidades públicas do País onde seus animais já são doados castrados, microchipados e com vacinas importadas. No período em que estão sob tutela da coordenadoria, são alimentados com ração de qualidade e recebem acompanhamento psicológico e físico, embasados em critérios internacionais de bem-estar animal.

PREFEITURA.

A Secretaria de Meio Ambiente (Semam) informa que, atualmente, a Codevida conta com uma coordenadora, nove médicos veterinários, quatro auxiliares de veterinários, cinco tratadores, três motoristas, dois fiscais, três auxiliares administrativo, um agente de portaria, um professor de Educação Básica e dois auxiliares de serviços gerais.

Segundo a administração, no mês de julho, houve uma diminuição de servidores por férias, licenças médicas ou licenças-prêmio, que são diretos adquiridos dos servidores. Houve também a cessão de uma servidora para a Câmara Municipal: "Destacamos que estas ausências pontuais não comprometem o atendimento à população na unidade, que mantém vários serviços, entre eles a castração de animais, com média anual de 04 mil procedimentos".

Em relação aos castramóveis, a Semam informa que um dos veículos está em manutenção periódica e o outro em pleno funcionamento. Este último, aliás, realizou castrações na Câmara Municipal, na semana passada.

A Semam destaca, ainda, que a coordenadoria da Codevida tem buscado soluções para repor as ausências pontuais. Tais propostas serão analisadas pelo secretário de Meio Ambiente. 

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