Santos
Segundo o secretário de meio ambiente Marcos Libório, o pioneirismo de Santos no setor ambiental e climático traz também uma grande responsabilidade
Ações focadas nas mudanças do clima foram iniciadas em Santos em 2015 em parceria com a USP / Divulgação
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serve de exemplo por ser pioneira nacional na contenção das mudanças do clima e planejamento para lidar com as consequências do aquecimento global.
Segundo o secretário de meio ambiente Marcos Libório, o pioneirismo de Santos no setor ambiental e climático traz também uma grande responsabilidade. “Santos ser referência é um orgulho, mas também um desafio e manter essa vanguarda é o nosso objetivo”.
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Em janeiro deste ano a Prefeitura lançou o Plano de Ação Climática de Santos (Pacs) contendo 50 metas para serem cumpridas entre 2025 e 2050. Essas metas são direcionadas para oito eixos:
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1- Planejamento urbano sustentável e meio ambiente
2- Redução de vulnerabilidades e gestão de riscos climáticos (desastres naturais)
3- Inclusão e redução da vulnerabilidade social
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4- Resiliência urbana e soluções baseadas na natureza
5- Resiliência na zona costeira, estuário, praia, rios e canais
6- Gestão de infraestrutura (incluindo recursos hídricos, saneamento, transporte e estrutura portuária)
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7- Inventário de emissores de gases de efeito estufa (GEE) e plano municipal de mitigação de GEE
8- Governança e participação na gestão climática
O chefe da Seção de Mudanças Climáticas (Seclima) da Secretaria de Meio Ambiente, Eduardo Kimoto Hosokawa, conta que o principal objetivo de Santos agora é mapear com precisão os vilões na emissão de gases de efeito estufa. “Já estamos trabalhando no âmbito metropolitano para apontar as origens das emissões com precisão, o que é feito através de um inventário de emissões”.
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Ele conta que essa é uma das metas contidas no Pacs e é fundamental para qualquer tomada de decisão. “É importante adaptar a Cidade e trabalhar bastante com soluções futuras baseadas na natureza, reduzindo ao máximo os impactos”, afirma ele, acrescentando que as questões de emissão levam em conta a peculiaridade de Santos ser uma cidade portuária.
HISTÓRICO E PIONEIRISMO
As ações voltadas aos impactos do aquecimento global começaram em Santos em 2015, ano em que a Cidade focou nos desdobramentos das mudanças climáticas por meio da participação em estudo pioneiro, o Projeto Metrópole, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP).
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Nesse estudo, uma equipe internacional de cientistas analisou três cidades (Broward, nos EUA; Selsey, na Inglaterra e Santos, no Brasil). O objetivo foi avaliar riscos e oportunidades decorrentes de impactos climáticos como a variação no nível do mar.
No mesmo ano foi realizado outro estudo inédito no Brasil, com 50 moradores de cada cidade, sobre a percepção em relação às mudanças climáticas – utilizada pela Semam para reorientar as ações de conscientização sobre o tema.
Em 2016, Santos tornou-se, em janeiro, a primeira cidade brasileira a possuir uma Comissão Municipal de Mudanças Climáticas (CMMC - Semam), que criou uma Comissão Consultiva Acadêmica, formada por universidades brasileiras, para dar apoio aos trabalhos. Em dezembro do mesmo ano, a comissão municipal lançou o Plano Municipal de Mudança do Clima de Santos, hoje considerado referência para as demais cidades do País.
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Já em 2018, além dos estudos de impactos já realizados com relação a mudanças climáticas, após uma das mais graves ressacas, a Prefeitura, em parceria com a Unicamp, iniciou a implantação da barreira submersa na Ponta da Praia, com 49 geobags (sacos de areia submersos).
O projeto-piloto, inédito no Brasil, utiliza tecnologia de baixo custo, fácil manutenção e baixíssima interferência ambiental. A medida mostrou dados eficientes ao atuar na diminuição da força das ondas, atenuando o efeito das ressacas.
No ano de 2019 foi criada a Seção de Mudanças Climáticas da Prefeitura, responsável pelo aprofundamento dos estudos científicos e revisão do Plano Municipal de Mudança do Clima de Santos.
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Em 2020, Santos foi a sede do Climathon, evento que reuniu mais de 160 cidades pelo mundo, incentivando startups a criar projetos na área ambiental.
No ano passado (2021), a Cidade passou pela fase de revisão do Plano Municipal de Mudança do Clima, o primeiro desde a sua criação, desenvolvendo agora o Índice de Risco Climático e Vulnerabilidade Socioambiental. O plano serve para alertar a sociedade civil e a Administração Municipal sobre os riscos das mudanças que ocorrem na Cidade, classificando as áreas pelo nível de vulnerabilidade aferido em estudos, diminuindo ao máximo os riscos dos efeitos de tragédias climáticas.
Também no ano passado, os trabalhos realizados em Santos foram apresentados como referência no País, por uma comitiva do Estado de São Paulo, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP-26.
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