Santos é o berço da canoa havaiana no Brasil e a sede da primeira escola 100% pública da modalidade no País / Ivan Storti / FMA Assessoria
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Berço da canoa havaiana no Brasil, sede da primeira escola 100% pública da modalidade no País e a única a ter um dia especialmente dedicado ao esporte no seu calendário oficial, 30 de março. A relação histórica entre Santos e a canoa havaiana é marcada pelo pioneirismo e por muito amor.
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Precursor e grande campeão da modalidade no País, Fábio Paiva ressalta que Santos recebe atualmente a maior prova de canoa havaiana do mundo, a tradicional Volta à Ilha de Santo Amaro, que neste ano chegou à sua 20ª edição. Atletas de todo Brasil e de outros países participam do desafio com 75km de remadas ininterruptas, entre trechos de rio e mar.
Ele conta sobre os desafios que enfrentou para trazer a primeira canoa havaiana para o Brasil e sobre a escolha pela cidade de Santos. “Sempre vi (a cidade) como um cenário propício para a modalidade da canoagem e canoa havaiana. Eu enxergava na Ponta da Praia um lugar perfeito para o esporte. Depois de participar de diversas competições no exterior, comecei a imaginar como faria para trazer isso para o Brasil”, diz.
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“Depois de muitos contatos com pessoas de outros países que fabricavam o equipamento, eu mesmo comecei a fabricar as canoas havaianas para meu uso e posteriormente para venda, e tudo isso começou no fundo do quintal de um amigo meu, aqui em Santos”, recorda.
No final da década de 1990 e início dos anos 2000, quase ninguém conhecia a canoa havaiana no Brasil e não existiam embarcações no País. “Vendi um apartamento pequeno que eu tinha, transformei o dinheiro em material e comecei a construir as canoas, que fui espalhando pelo País, e assim fomos disseminando o esporte, através da fabricação e venda por preços acessíveis, o que foi fomentado por meio da realização de competições”.
O legado deixa Paiva emocionado. “Ver tanta gente remando não só em Santos, mas no Brasil todo, e saber que tudo começou com a gente, que fizemos parte de cada pedaço dessa história, é uma honra e uma alegria muito grande”.
Fábio Paiva foi o primeiro campeão brasileiro da história da canoagem em 1985, e dali em diante ganhou todos os brasileiros, sendo durante 20 anos campeão invicto. Ele também conseguiu o recorde de 24 horas remando em mar aberto por 177km.
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PRECURSOR E INCENTIVADOR
Quem também pode falar com propriedade sobre a história da modalidade no País é o secretário de Esportes de Santos, Gelasio Ayres Fernandes Júnior, que foi atleta durante muitos anos, vindo do triatlo, e sempre com uma grande identificação com o mar. Ele lembra da movimentação de Fábio para trazer a canoa havaiana para o Brasil, mais especificamente para a cidade de Santos.
“Presenciei a primeira canoa havaiana do Brasil no mar santista, participei como um dos primeiros remadores da modalidade, da primeira competição que foi também aqui na Cidade e tive a honra de participar dos primeiros anos do nascimento desse esporte incrível no País”, diz Gelasio, com grande satisfação e orgulho.
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Uma das principais conquistas do esporte na Cidade foi a concretização de um antigo sonho do titular da Semes. No segundo semestre de 2022, foi inaugurada em Santos a primeira escola 100% pública de canoa havaiana do Brasil. “Foi uma emoção indescritível. Através dessa escola estamos conseguindo democratizar ainda mais o esporte, garantindo ao santista o acesso a equipamentos de ponta e aulas com grandes profissionais da área. Não tenho dúvidas de que muito em breve veremos uma nova geração de atletas se formando ali”, comemora.
DESENVOLVIMENTO DO ESPORTE
A presidente da Liga de Canoas Havaianas, Christina Stela Maia, outra incentivadora da modalidade na região e no País, também ressaltou o desenvolvimento da modalidade na Cidade. “Santos cresceu muito e hoje vemos diversas equipes da região sempre disputando pódios em competições. Estamos no caminho certo, com mais profissionalização na área, o que faz atrair novos adeptos, especialmente jovens”, destaca Christina, sem deixar de enfatizar a importância do esporte na sua vida. “Eu amo. Praticar a canoa havaiana é estar em contato constante com a natureza. Na loucura do nosso dia a dia, é um momento único de bem-estar e reflexão”, completa.
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BENEFÍCIOS DA MODALIDADE
O atual professor e coordenador da primeira escola pública de canoa havaiana do Brasil, em Santos, Nilson Silva, iniciou no esporte em 2005, a convite de um amigo. Foi amor à primeira vista e ele nunca mais parou. São quase 20 anos na modalidade. “Foi uma identificação instantânea, não só pelo esporte, mas por toda história e cultura que abrange a modalidade”.
Ele aponta a interação e a união entre os praticantes como o principal diferencial do esporte. “O fato de um remador precisar do outro evidencia essa coletividade que é primordial dentro da canoa. É o trabalho em equipe para manter a sincronia durante a remada, a consciência de que todos estão literalmente no ‘mesmo barco’ e que um precisa do outro para chegar ao seu objetivo, e a compreensão que dentro da canoa o ‘eu’ fica de lado e deve-se pensar sempre no ‘nós’. Então, acaba muitas vezes transcendendo o conceito de um esporte e se tornando um verdadeiro estilo de vida”, observa.
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Mas, o professor ressalta outros benefícios entre os praticantes como melhora da postura, aumento do tônus muscular dos membros superiores, diminuição da pressão arterial e índice glicêmico e aliado ao combate ao stress e à depressão, já que a atividade coletiva exige socialização entre os atletas. “Tudo isso aliado à qualidade de vida que o contato com a natureza proporciona”, completa.
ALUNOS DA ESCOLA SE DECLARAM
Silvio Realle, 60 anos, ficou sabendo pelo site da Prefeitura sobre as inscrições para a escola 100% gratuita da modalidade em Santos, correu atrás, conseguiu a vaga na primeira turma e hoje está ‘felizão da vida’. “Esporte incrível, professor maravilhoso, equipe top e uma química excelente que é a união da galera, a socialização e o mar. A canoa havaiana mudou a minha vida. Eu sempre fiz esportes, participei de outras escolas como as de surfe, mas a canoa é algo que todos precisam experimentar. Quem conhece não larga mais”, disse.
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O aluno Pedro Haddad, 18 anos, é outro fã do esporte. Ele decidiu fazer a inscrição após ver a galera saindo para remar e se apaixonou. “Não tem como descrever o que a gente sente no mar, é algo inexplicável. O esporte vem ajudando muito no meu condicionamento físico, além de me dar mais disciplina e foco. Só tenho elogios, os professores da escola são excelentes, os equipamentos sensacionais, de última geração”, elogia, garantindo que não tem mais como largar a canoa.
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