A codeso oferece diferentes oportunidades, como qualificação profissional e recolocação no mercado de trabalho / Divulgação/PMS
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Informação e sensibilidade. Foram as duas palavras que fizeram a comerciante Julia Kobashi a ter um novo olhar sobre a população em situação de rua. A visita feita pelos agentes da Secretaria de Desenvolvimento Social no bairro onde ela tem uma floricultura há 30 anos, nesta quarta-feira (22), foi o pontapé para a mudança.
"Achei muito bom. Sem essa conscientização, a gente tinha outra visão sobre moradores de rua, que é de rejeição. Agora vocês vieram melhorar o nosso olhar sobre eles, que deve ser de conscientização para ajudar, sabendo que há serviços no Município para ajudá-los e que podemos acionar".
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O trabalho de conscientização, realizado nesta semana na Pompeia e no Gonzaga, faz parte do Programa Novo Olhar, destinado à orientação de munícipes e comerciantes. Os agentes percorrem os bairros entregando panfletos informativos a moradores e comerciantes esclarecendo sobre os trabalhos desenvolvidos pela Prefeitura de Santos em relação a pessoas em situação de rua e como eles podem ajudar o Município, começando com uma simples ligação para o número 153, o Disque Urgência Social, mas que pode ter o poder de mudar vidas.
"A ideia é conscientizar os munícipes e comerciantes sobre todo o trabalho feito pela Prefeitura e como acionar os serviços. Tudo está explicado nos folhetos. Explicamos que podemos acolher mulheres com ou sem filhos, que temos abrigos para quem precisa de mais tempo ou temos a casa de passagem, e ainda há equipamentos com canil", informa a coordenadora de Atenção Social à População em Situação de Rua, Miriam Aparecida de Araújo.
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O repositor de mercadorias Cauê Costa Isidoro, que também recebeu explicações dos agentes agora já sabe como ajudar pessoas em situação de rua. "Não conhecia este trabalho; é muito interessante e necessário. Eu, por exemplo, não sabia para onde poderia direcionar as pessoas que estão nas ruas. Agora vi neste folheto o que fazer. Vou ligar para o 153".
A partir da ligação, uma equipe vai ao local apontado e começa o atendimento à população de rua, explicando as possibilidades de acolhimento oferecidas pelo Município, detalha o secretário de Desenvolvimento Social, Carlos Mota.
"Caso a pessoa não queira ir para um serviço de acolhimento, temos o Centro Pop, onde é estabelecido um primeiro contato. Lá, a pessoa pode se alimentar, tomar banho. O serviço é oferecido ininterruptamente, de manhã, de tarde ou no final de semana. É lá também que ouvimos esta pessoa e fortalecemos o vínculo com ela", continua o secretário.
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O objetivo principal é que a pessoa saia da situação de rua e vá para uma das 301 vagas de acolhimento distribuídas em cinco locais em Santos.
"Este processo de comunicação com a sociedade dos serviços disponíveis é justamente para quebrar o paradigma de que o Poder Público não oferece um acolhimento que seja bom. São locais com higiene de excelência, alimentação bem cuidada, preparada por nutricionistas. Por isso, a gente faz questão de apresentar os serviços de acolhimento e mostrar que não faltam vagas", afirma o secretário Carlos Mota.
Programa de Inclusão Cidadão-Fênix
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Além do acolhimento, a pessoa em situação de rua ainda pode participar de ações que visam capacitá-la e ajudar a retomar a vida em sociedade. É o que faz o programa Cidadão-Fênix, da Coordenadoria de Desenvolvimento Social (Codeso). Ele oferece diferentes oportunidades, como qualificação profissional e recolocação no mercado de trabalho. São 300 vagas destinadas para pessoas em situação de vulnerabilidade encaminhadas pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e egressos do sistema prisional, que estão em regime semi-aberto.
"Primeiro a Prefeitura abre oportunidades dentro das secretarias, contrata a pessoa, paga uma bolsa e ela desenvolve um trabalho neste local de segunda a sexta-feira durante seis horas por dia. Como todo programa de transferência de renda, há um prazo para que se encerre e a pessoa desenvolva sua potencialidade e seja inserida no mercado de trabalho", diz o secretário.
Há cerca de três anos, Sidney Marcelino, 53 anos, recebeu uma ordem de despejo. Sem emprego e vivendo de bico, ele não sabia para onde ir até encontrar uma equipe da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) que o levou para um dos abrigos da Prefeitura. Lá recebeu atendimento e foi encaminhado para o Cidadão-Fênix. Hoje trabalha como ajudante geral no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), das 8h às 14h, ganha um salário-mínimo por mês e diz que sua vida mudou de vez.
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"Quando falaram desse projeto eu abracei na hora. Há um ano e sete meses estou no Cras e renovei por mais um ano agora. Faço de tudo o que precisa aqui. E, com o salário, pago o aluguel da minha casinha e ajudo minhas filhas, que moram com a avó. Mas agora tenho condições de ficar com elas nos finais de semana. Estou muito feliz, foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida", relata Sidney.
Conheça os serviços oferecidos pelo Município
Equipes de abordagem
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Atuam 24h nas ruas realizando um trabalho de aproximação, escuta qualificada e criação de vínculo de confiança, oferecendo acesso à rede de serviços do Município. Podem ser acionadas pelo telefone 153.
Centro pop
Espaço de convivência com oficinas culturais e socioeducativas que proporcionam reflexão e autoconhecimento a fim de facilitar a reinserção social dos atendidos. Faz também encaminhamento para documentação e acolhimento institucional, para escolarização, atendimento de saúde e de preparação para o mercado de trabalho. Funciona na Rua Amador Bueno, 446, Paquetá, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
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Programa Fênix
Possibilidadede qualificação profissional. As atividades são desenvolvidas nos próprios equipamentos da Prefeitura, com bolsa de um salário mínimo, cesta básica e vale transporte. O programa também incentiva e orienta para participação em outros cursos profissionalizantes e de qualificação, assim como o retorno aos estudos.
Serviços de Acolhimento Institucional
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Oferecem 24h de atendimento com abrigo, alimentação e convívio em cinco locais da Cidade. Prestam atendimento individualizado e especializado para conhecer a história do indivíduo, fortalecendo seus vínculos familiares e comunitários, e também a construção de novos projetos e trajetórias de vida. São eles:
Seacolhe-AIF: atendimento de adultos e idosos, no Paquetá
Albergue Noturno: atendimento de adultos, idosos e famílias, na Vila Nova
Seabrigo-AIF: atendimento de adultos, idosos e famílias, no Macuco
Casa das Anas: atendimento de mulheres com ou sem filhos, na Vila Mathias
Casa Êxodo: atendimento de adultos (masculino e feminino) em situação de rua, na Vila Mathias.
Consultório na Rua
Equipes de saúde realizam atendimentos itinerantes às necessidades de saúde de pessoas em situação de rua, desenvolvendo ações compartilhadas e integradas a Unidades Básicas de Saúde, Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Serviços de Urgência e Emergências, entre outros.
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