Santos

Presidente do Conselho de Saúde de Santos é afastado do cargo

Dirigente teria vínculo econômico ao ser proprietário de um imóvel no Morro do José Menino locado para a Secretaria

Carlos Ratton

Publicado em 15/10/2021 às 07:00

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Conselho de Saúde está há dois anos sendo questionado na Justiça / Divulgação

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Depois de, praticamente, dois anos de processo em trâmite, a Justiça decidiu, em segunda instância, afastar o presidente do Conselho de Saúde de Santos, o empresário Luís Antônio da Silva, por possuir vínculo econômico ao ser proprietário de um imóvel locado para a Secretaria de Saúde para sediar Unidade de Saúde da Família (USAFA) do Morro do José Menino. A ação civil pública foi movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP). A Prefeitura diz que ainda não foi notificada da referida decisão.

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O desembargador Kleber Leyser de Aquino, da 3ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) decidiu também pela anulação da deliberação do Conselho que ampliava o mandato dos conselheiros de dois para quatro anos, bem como, anulação da decisão que homologou a medida, alterando o artigo 10 do Regimento Interno do Conselho, proposto pela Prefeitura de Santos.

Durante o inquérito civil (publicado com exclusividade pelo Diário do Litoral em 14 de fevereiro de 2019), o promotor apurou que o contrato teria sido celebrado mediante dispensa de licitação e vinha sendo renovado ano após ano por R$ 5 mil mensais.

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Segundo o MP, Silva não poderia figurar como conselheiro (segmento usuário) mantendo vínculo econômico com o Município. O promotor pedia afastamento imediato do acusado e anulação dos recentes procedimentos que o reconduziram à função. No entanto, o presidente e a Prefeitura ingressaram com recursos na Justiça.

Ainda segundo o promotor, o caso já havia sido informado ao Conselho, mas o órgão alegou que haveria nova eleição da executiva e que seria razoável aguardar para que todas as irregularidades fossem sanadas. Mas Silva não adotou medidas para deixar de atuar como conselheiro e ainda pôs em deliberação medidas que objetivavam afastar a incidência de normas que o impediam de continuar a exercer o cargo.

NOVO REGIMENTO

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Em 30 de abril daquele ano, aprovou novo regimento interno para que deixasse de ser ilegal a permanência de conselheiro que mantivesse vínculo ou comunhão de interesses com quaisquer dos representantes dos demais segmentos integrantes do Conselho.

O promotor Carlos Alberto Carmello informava à Justiça que ainda houve, por parte do presidente do Conselho, tentativa de colocar obstáculo aos trabalhos da Comissão de Ética que, conforme já publicado pelo Diário, teria pedido o afastamento do presidente.

O pedido foi feito na presença do então secretário de Saúde Fábio Ferraz. Também havia ainda queixas dos conselheiros sobre falta de publicidade em relação aos equipamentos de saúde do Município.

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"Ele (Silva) deu mostras que não pretende deixar o cargo, que tentou afastar a exigência de desvinculação atuando em causa própria, que colocou interesse pessoal acima dos do órgão, que adotou expediente ilegal, que desconsiderou norma municipal sobre prazo de mandato e ainda que postergou nova eleição do Conselho. Todas as condutas estão corroboradas por provas documentais", finalizou o promotor.

MANIFESTADO

Luís Antônio da Silva já havia se manifestado à Reportagem dizendo que havia encaminhado ofício à Promotoria dando explicações sobre a situação. Entre elas que, entre 1978 e 90, seus pais cederam sem custos nenhum o imóvel à Prefeitura onde foi inaugurado o primeiro posto médico.

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Depois, em 2008, a Prefeitura voltou novamente a ter interesse em instalar a Policlínica no Morro do José Menino e procurou sua irmã e deu sequência ao compromisso. Ele finalizou alegando que todas renovações foram legais e aprovadas pela Procuradoria do Município.

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