SANTOS

Porto de Santos vive incerteza e bons números

Enquanto registra números positivos economicamente, maior porto da América Latina aguarda definição sobre privatização

LG Rodrigues e Folhapress

Publicado em 24/11/2022 às 07:00

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Márcio França (PSB) explica que vê vários processos de privatização 'apressados' / Nair Bueno/DL

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Em meio a boas notícias de recordes de movimentação de carga e exportação de produtos como café, o Porto de Santos se vê em um impasse relacionado à possibilidade de que o processo de privatização iniciado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) venha a ser interrompido parcialmente ou completamente pelo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que assume o Executivo em cinco semanas.

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Ex-governador de São Paulo e ex-prefeito de São Vicente, Márcio França (PSB) foi um dos membros da equipe de transição que mencionou as privatizações. O peessibista, o qual faz parte do grupo que tem como objetivo organizar todos os assuntos que remetem às cidades para o governo federal, explicou que vê vários processos de privatização 'apressados'.

"Estão tentando correr com coisas. Tem várias coisas de privatização: Minas [Gerais], o metrô; Santos, o porto. O bom senso mandaria deixar tudo isso, ninguém faz correndo uma coisa em 30 dias. Depois acaba que fica uma insegurança jurídica", afirmou Márcio.

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Na sequência, em caráter mais definitivo, ele afirma que paralisar as privatizações seria o mais indicado.

"Imagina, você privatiza uma situação que vai ter que ser homologada pelo próximo governo, que não concorda com o formato. Aí cria uma insegurança, uma eventual indenização. Sugiro que, [para] coisas que são definitivas para muitos anos, o governo atual possa ter, os próprios ministros, enfim, façam uma suspensão... porque senão você gera uma insegurança. Contamos com o bom senso de quem está organizando e com o bom senso de quem vai eventualmente adquirir. Por que a pessoa está adquirindo, mas a homologação vai ficar para frente", acrescentou. "Se for malfeita, se for contestada [pode não ser homologada]", explicou.

Nesta semana, o Estadão, por meio da Coluna do Broadcast, apontou ainda que o Tribunal de Contas da União, o TCU, pode vir a debater o processo de privatização do porto santista durante a última semana de novembro. A princípio, a expectativa é de que o edital do leilão venha a ser publicado antes do início de 2023, mas as chances de que a privatização ocorra antes do fim de dezembro são remotas.

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BONS NÚMEROS

Enquanto aguarda definição sobre o futuro, o Porto de Santos vem registrando bons números. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, o Cecafé, o porto caiçara teve crescimento nas exportações de sacas de café ao longo dos cinco primeiros bimestres deste ano. Ao todo, foram mais de 26 milhões de sacas de 60kg, o que representa 2% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Durante a primeira quinzena de novembro, a Santos Port Authority (SPA), estatal que administra o Porto de Santos atualmente, também divulgou dados positivos. Segundo a instituição, o porto encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 136 milhões, a melhor marca para o período e crescimento de 38,3% na mesma base de comparação com 2021.

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O bom desempenho foi impulsionado sobretudo pelo aumento da receita, reflexo da forte movimentação de cargas, que registrou o melhor desempenho da história do Porto para um trimestre, alcançando 42,8 milhões de toneladas, alta de 17,2%.

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