O elevado número de pessoas que deixou a Capital para seguir ao litoral é atípico para um fim de semana sem feriado prolongado e gerou receio nas autoridades / Nair Bueno/Diário do Litoral
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Os nove prefeitos da Baixada Santista querem que o Governo do Estado realize uma operação para controlar o acesso às cidades caiçaras pelas rodovias que ligam a Capital ao litoral e também esperam o envio de mais policiais militares para realizar fiscalização nas praias durante o feriado prolongado de 7 de setembro que se aproxima.
A notícia foi anunciada pelo prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, durante entrevista coletiva concedida pelo chefe do Executivo santista que foi transmitida pelas suas próprias redes sociais durante o começo da tarde desta terça-feira (1º).
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Segundo ele, as cenas registradas durante sábado (30) e domingo (31) foram lamentáveis e tanto ele quanto os outros oito prefeitos da Baixada Santista já começaram a articular uma reunião a ser realizada ainda durante esta terça-feira para anunciar nos próximos dias as medidas que deverão ser executadas para impedir o mesmo cenário do último fim de semana de agosto.
“A gente lamenta muito tudo o que aconteceu neste fim de semana. A pandemia não acabou e as pessoas precisam usar máscaras, respeitar as regras de distanciamento, higienização, tudo isso é muito importante para que possamos avançar de fase e voltar ao normal. Convoquei hoje uma reunião do Condesb, todos os prefeitos da Baixada Santista, e também logo pela manhã eu solicitei a participação do Governo do Estado nessa reunião com o secretário de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto e o Secretário de Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Marco Vinholi, com dois objetivos básicos”, explica.
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A intenção dos governos municipais é chamar a atenção do Governo do Estado de São Paulo para o fato de que deixar o litoral paulista responsável por fiscalizar um número elevado de pessoas durante a pandemia sem apoio de outras instituições de segurança sob a tutela do Estado poderá resultar em nova elevação no número de pessoas infectadas com o novo coronavírus e fazer a curva de óbitos pela patologia retomar os níveis vistos durante o começo da segunda quinzena de agosto.
“Precisamos ter um controle mais rigoroso nas praias e é fundamental que a Polícia Militar, que o Estado, possa apoiar o trabalho que é feito pelas Guardas Civis Municipais. Então essa é a primeira reivindicação. A segunda, e mais importante, é o controle de acesso à Baixada Santista, nós tivemos mais de 200 mil veículos nesse período aqui na Baixada sem ser feriado prolongado”, explica.
O dado de aproximadamente 200 mil veículos foi divulgado pela Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, durante segunda-feira (31). O elevado número de pessoas que deixou a Capital para seguir ao litoral é atípico para um fim de semana sem feriado prolongado e gerou receio nas autoridades para o que pode acontecer no primeiro fim de semana de setembro, quando o feriado de 7 de setembro cai na segunda-feira e pode ser agravado pelo fato que em 8 de setembro, na terça-feira, é celebrado o Dia de Nossa Senhora do Monte Serrat, padroeira de Santos e que deve estender ainda mais a folga de parte da população caiçara.
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“Agora com o feriado prolongado e expectativa de tempo bom existe uma previsão de ainda mais veículos. Então o Estado precisa atuar para controlar esse acesso à Baixada Santista porque colocando 200 mil veículos aqui por fim de semana fica difícil o trabalho realizado pelas cidades. Apresentamos essas demandas ao Governo do Estado e vamos construir nessa reunião de hoje uma solução para que a gente não veja no próximo fim de semana as cenas que vimos neste último fim de semana”, explica.
“Nossa sugestão ao Governo do Estado é que seja montada uma operação especial para o feriado. Como tem a Operação Verão, por exemplo, onde há um reforço do efetivo, a gente vai pleitear ao Estado hoje que possa reforçar o efetivo. Não adianta trabalhar com o mesmo efetivo existente para tomar conta de tudo porque se vem mais gente precisa de mais polícia e apoio nesse trabalho de fiscalização que é muito importante”.
Paulo Alexandre aproveita para afirmar que o baixo número de multas aplicadas durante o fim de semana de praias lotadas se deve ao procedimento básico de abordagem realizado pela GCM e reforça que é impossível fiscalizar dezenas de milhares de pessoas apenas com o efetivo atual da equipe de segurança municipal.
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“A fiscalização vai seguir acontecendo. Nesse último fim de semana fizemos 1.500 orientações na praia, ou seja, pessoas que estavam sem máscaras. Por que o número de multas não é muito grande? Porque num primeiro momento a GCM faz a abordagem e pede para a pessoa usar a máscara, ela coloca, e não é multada. Se ela não tem máscara, em alguns casos a própria Guarda disponibiliza a máscara e só em casos extremos, quando ela se recusa a usar a máscara é que ela recebe a multa. Foram mais de 1500 abordagens, é um trabalho desafiador em Santos e nas outras cidades também e por isso é muito importante o apoio do Estado”, finaliza.