Ao todo são aproximadamente 3.500 exemplares de cerca de 60 espécies nativas e exóticas desta planta cheia de charme / RAIMUNDO ROSA / PREFEITURA DE SANTOS
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Pode passar despercebida a beleza de orquídeas em meio a tantas espécies zoobotânicas da Mata Atlântica que vivem no Orquidário Municipal, no José Menino. Nos 25 mil metros quadrados de parque, elas não estão reunidas somente no ripado de 400 metros quadrados, mas também em troncos de árvores espalhadas pelo parque, onde fixam sua 'morada' e se revelam ao olhar mais atento e curioso.
Ao todo são aproximadamente 3.500 exemplares de cerca de 60 espécies nativas e exóticas desta planta cheia de charme, entre as quais laeliapurpurata, cattleyas e micro-orquídeas. Quatro delas têm como 'casa' o tronco de uma árvore no jardim sensorial e plantada na época de Júlio Conceição, o primeiro orquidófilo do Brasil.
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"Esta árvore, plantada justamente para cultivar essas plantas ao ar livre, é uma ótima hospedeira para orquídeas epífitas, que vivem nas copas. Elas se alojam na árvore, mas não absorvem nada dela, ou seja, não são parasitas", diz o biólogo Fábio Ferreira Santos, responsável pela Unidade de Botânica do parque, explicando que essas espécies se alimentam de micro e macronutrientes como detrito vegetal e água da chuva.
Circulando pelas alamedas do parque, também é possível avistar outra orquídea em uma árvore em frente ao viveiro das araras azuis. Já na Alameda dos Mamíferos está fácil: uma placa móvel com a mensagem 'Procure!!! Olhe para cima! E ache uma orquídea florida', instalada pela equipe do parque, auxilia o visitante a enxergar a beleza da flor branca de uma das espécies.
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O canteiro do jabuti é outro espaço onde há orquídeas fixadas em árvores. "Praticamente em todos os canteiros do parque você consegue encontrar uma delas. Muitas vezes, o visitante quer contemplar a planta em estruturas, mas esquece de contemplar a forma original que é na natureza, na copa das árvores. Nosso intuito é despertar a atenção das pessoas para que vejam a quantidade de orquídeas e descubram novas florações", afirma o coordenador do parque, Rodrigo Derbedrossian.
INSTAGRAMÁVEL.
As orquídeas também marcam presença em um painel vertical verde, de 3,5m por 2,5m, feito de lona e grade de ferro, instalado recentemente na parede externa do auditório do parque. O intuito é ser um espaço para os visitantes fazerem fotos com um cenário natural de fundo, junto a samambaias, bromélias e chifres de veado, além de orquídeas. Trata-se de um ambiente instagramável, uma tendência no marketing digital, que cria espaços visualmente instigantes e que agregam valor às fotos.
CUIDADOS ESPECIAIS.
Grande parte do acervo de orquídeas do Orquidário é nativa e cultivada no ripado. É ali que elas têm todo o cuidado das mãos de um dos jardineiros do parque, Rafael Scapin Ferreira. No inverno, a rega é feita duas vezes por semana, porque a planta fica mais seca, explica ele. "Usamos um substrato que tem bastante drenagem. Um método bom é colocar o dedo no substrato do vaso e sentir se há umidade. Já no verão, a frequência da rega é maior".
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A adubação é orgânica para não afetar os animais do parque e o trabalho da jardinagem inclui ainda replantio e manutenção das árvores onde vivem as orquídeas. Por não serem híbridas, ou seja, não são misturadas para o cultivo, a floração costuma ser anual.
PLANTAS RESISTENTES.
Para quem quer cultivar em casa, o jardineiro desmistifica a dificuldade: "Ao contrário do que muita gente pensa, eles são plantas muito resistentes e fáceis de cuidar. É só manter um cultivo básico". O biólogo Fábio indica manter a planta sempre no mesmo lugar. "Se mudar, ela terá que se adaptar e pode atrasar um pouco mais a floração".
Apaixonado pela planta, o orquidófilo Paulo Cunha, diretor técnico da Associação de Orquidófilos de Santos e de Guarujá e integrante do Núcleo Bertioga, participa desde 2003 da Feira de Orquídeas do Orquidário e diz que a adubação é a chave para o cultivo exitoso da planta. "Uma orquídea consegue ficar seis meses sem plantar, desde que você a molhe. Um fator primordial é que, quando vem de estufa, elas estão adaptadas à adubação", diz ele, que tem 50 mil orquídeas em seu sítio e 5 mil em casa. "São como filhas", completa.
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Quem quiser tirar dúvidas sobre o cultivo pode ir ao Orquidário (Praça Washington s/nº) de quarta a sexta-feira, das 9h às 17h, e procurar pelo biólogo Fábio e pelos jardineiros Rafael e Aldino. Contato: 3205-2210. E, na próxima visita ao parque, já sabe: olhe para cima!
RETORNO.
A tradicional Feira de Orquídeas voltará a ser montada no Orquidário Municipal de Santos neste fim de semana (24 e 25), das 10h às 16h. O evento conta com exposição e venda de mais de 500 plantas, vasos, cachepôs, substratos, adubos orgânicos e químicos, enraizadores e suplementos para tratamento das plantas. A entrada é gratuita, pelo lado esquerdo do parque.
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