Santos

Onda verde invade a Ponta da Praia para conscientizar sobre a doação de órgãos

A 6ª Caminhada pela Vida, realizada pela Seção de Captação de Órgãos e Tecidos de Santos (Secapt), faz parte da programação do Setembro Verde

Da Reportagem

Publicado em 17/09/2023 às 19:07

Atualizado em 17/09/2023 às 19:11

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Ação tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos e tecidos / Divulgação/PMS

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Uma onda verde tomou conta da orla, na Ponta da Praia, em Santos, neste domingo (17), para enviar uma mensagem simples e direta, mas com o poder de mudar o destino de muita gente: Doe órgãos, doe vida. A 6ª Caminhada pela Vida, realizada pela Seção de Captação de Órgãos e Tecidos de Santos (Secapt), faz parte da programação do Setembro Verde e tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.

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No Brasil, 65 mil pessoas estão na fila para um transplante. Em Santos, 210 pessoas aguardam um rim, 45 pessoas aguardam por córnea e uma, por fígado, de acordo com dados de março da Central Estadual de Transplantes.

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Embalados pela bateria da União Imperial e por um sol de 30 graus, os participantes deixaram a concentração em frente ao Aquário e deram início ao percurso. Na comissão de frente, estavam os motociclistas do grupo Insanos Brasil. O desfile em prol da vida durou cerca de 40 minutos e chamou a atenção de banhistas e de quem passeava pela orla da praia.

O aposentado Milton Nascimento, 60 anos, fez questão de caminhar logo à frente do grupo e tem um motivo especial para isso: neste mesmo mês, há três anos, ele passou por um transplante de rim. Foram dois anos de espera e de realização de hemodiálise três vezes por semana.

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“Era muito desgastante. A gente vai ficando fraco. E, graças a Deus, recebi um rim e hoje estou muito bem. Foi um jovem de 18 anos. Todo dia agradeço este gesto da família de quem me doou o órgão, porque mudou a minha vida totalmente. Hoje sou outra pessoa. Então, sempre falo, doe órgãos, doe vida!”.

Ana Cristina Godinho, 49 anos, saiu do Boqueirão e foi se juntar à turma especialmente para engrossar a luta pela vida. É a segunda vez consecutiva que ela participa da caminhada. “Acho muito importante porque você salva vidas. Vou ser doadora com certeza. Acho que todo mundo tinha de ser também. É fazer o bem para o próximo”.

O recado é importante porque somente a família pode autorizar a doação de órgãos, mesmo que você tenha dito que deseja fazê-lo, por isso, a conversa com os parentes é fundamental. “É preciso que as pessoas falem sobre doação de órgãos e tecidos em vida. Porque não adianta deixar por escrito esta vontade, isso não tem valor legal. O que vale é a decisão da família e os familiares tendo este conhecimento, a vontade será realizada, porque vão lembrar disso”, explica a enfermeira-chefe da Secaft, da Secretaria de Saúde, Danielle Caliani.

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Foi o que fez o servidor público André Luiz de França, 58 anos, que já deixou todo mundo em casa avisado que quer ser doador de órgãos e faz questão de divulgar a mensagem para quem encontra pela frente para que façam o mesmo. “O que vale é o desejo da pessoa que foi morar no céu e ela tem que deixar bem claro para a família toda que é doador. Eu já avisei. Pode tirar de mim tudo o que for necessário e útil para salvar uma vida, porque é uma oportunidade que nos é dada para continuar vivendo em uma outra casinha, no corpo de várias pessoas, doando coração, fígado, rim, córneas. Não estaremos aqui, mas vamos ajudar muita gente”, diz André.

PARA HOJE E PARA O FUTURO

Um ipê amarelo foi plantado pelo prefeito Rogério Santos, e outras autoridades e participantes, na Praça Vereador Luiz La Scalla, simbolizando a data e a luta pela vida.

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“Hoje não é uma comemoração porque ainda há 65 mil pessoas esperando por um transplante no Brasil. Hoje é dia de união e de luta por política pública de saúde, pela união de todos. E nada mais generoso que pessoas que se vão, porque faz parte da vida, mas contribuem para que outras permaneçam. Para que famílias que estão em um momento de tristeza possam dar alegria para outras pessoas", disse ao prefeito, ao lado da vice-prefeitura e titular da Semulher, Renata Bravo.

O secretário de Saúde, Adriano Catapreta, também ressaltou a necessidade de se realizar eventos como esse pela conscientização da sociedade. “É mais vida para mais pessoas. Apesar do momento difícil da família, é muito importante a conscientização e ajudar mais gente a sobreviver”.

Para ajudar ainda mais nessa caminhada, vale destacar que Santos é considerada ‘Cidade amiga dos transplantes'. “Somos o único município que tem este serviço (de captação de órgãos e tecidos) ligado diretamente a uma Secretaria de Saúde e uma Prefeitura, porque os demais serviços de captação de órgãos e tecidos são dentro de uma unidade hospitalar, então somos pioneiros”, acrescenta  Danielle Caliani.

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O evento teve ainda um toque de solidariedade. Os participantes trocaram um quilo de alimento não perecível pela camiseta utilizada na caminhada. A ação foi uma parceria da Secretaria de Saúde de Santos, por meio da Secapt, com apoio do Instituto Deixe Vivo, Guarda Municipal, Secretaria Municipal da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, Polícia Militar, CEPE, motoclubes Insanos e Lokas, Grupo Esperança, União Imperial, Banda S/A Flashback, Sindipetro-LP, Autores Voluntários do Riso e Unimes.

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