Sétima Arte

Nossa Louca Resistência representará a Baixada Santista no Flipoços

Passado e presente do antigo Anchieta são retratados na obra 

Da Reportagem

Publicado em 26/04/2024 às 07:30

Atualizado em 26/04/2024 às 09:25

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O evento começa nesse sábado (27) e vai até o próximo dia 05 (domingo) / Tony Valentte

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Nossa Louca Resistência, obra oriunda da segunda parceria cinematográfica do Diário do Litoral e a Universidade Santa Cecília (Unisanta), que conta a história dos 30 anos de intervenção da Casa de Saúde Anchieta, conhecida como a Casa dos Horrores, será apresentado nesta segunda-feira (29), 11 horas, no 19º Festival Literário Internacional de Poços de Caldas (Flipoços), em Minas Gerais.

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O evento começa nesse sábado (27) e vai até o próximo dia 05 (domingo). "A arte, o cinema, está me ajudando a manter a minha sanidade mental, minha sensibilidade de repórter", afirma o jornalista Carlos Ratton, roteirista e diretor do filme, entusiasmado com o convite.

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Nossa Louca Resistência encontra-se em exibição livre no Youtube. Mostra o passado e o presente do prédio da antiga Casa de Saúde Anchieta, que na década de 80 recebia seres humanos com problemas psicológicos, dependentes químicos, gays e até jovens de espírito rebelde que, vítimas do preconceito da sociedade, eram submetidos a tratamentos de choque e torturas no hospital psiquiátrico conhecido como Casa dos Horrores.

Passadas mais de três décadas da intervenção municipal - iniciativa que mudou os rumos do local - o cenário é outro. No interior de paredes que ecoavam gritos de desespero, só há música, afazeres domésticos, vozes de crianças brincando, reuniões dominicais de 69 famílias. São mais de cinco dezenas crianças, pessoas com deficiência e idosos que vivem há anos no prédio do antigo manicômio.

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FAMÍLIAS.

Há anos, as famílias inteiras ocupam o prédio do Anchieta e lutam nas ruas de Santos para não serem despejadas. Foram várias manifestações públicas e passeatas para sensibilizar a opinião pública e a Justiça.

A questão da falta de habitação é uma ferida há décadas aberta sem solução. Seria preciso pelo menos 100 mil moradias dignas para acabar com o martírio de uma população que mal tem saneamento básico, fundamental para a saúde humana.

O filme contou a participação de grandes profissionais da Baixada Santista, tem a Direção de Fotografia assinada por Tony Valentte e música tema assinada pelos músicos Luciano Albano e Roberto Canuto.

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Nossa Louca Resistência foi lançado ano passado, junto com a retomada da Frente da Luta Antimanicomial Baixada, chamando a atenção da sociedade para diálogo e compreensão sobre o cuidado em saúde mental.

As bandeiras da Frente são pelo fim dos manicômios; da lógica manicomial; contra as formas de opressão e exclusão social; por cuidado em liberdade; em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e por um SUS antimanicomial.

A Luta Antimanicomial vai se configurando a partir das discussões da Reforma Psiquiátrica, que ocorreram na década de 70 ao redor mundo. Na década de 80, ganha forças a partir da organização de trabalhadores da saúde mental, junto às pessoas usuárias de serviços/pacientes de cuidados em saúde mental e familiares.

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O Movimento Nacional da Luta Antimanicomial nasceu há mais de 30 anos, alinhado às lutas sociais, defesa dos Direitos Humanos e respeito à vida. O movimento cresceu e avançou para outras importantes bandeiras de luta, como a Reforma Psiquiátrica, a Redução de Danos, a Gestão Autônoma de Medicação (GAM).

FLIPOÇOS.

Esse ano, o Flipoços traz para o público uma experiência única. Vai transportar os visitantes para as pequenas vilas do interior de Minas, onde os encontros, as prosas e o "footing" poderão ser feitos em meio aos livros, expostos por Editoras e Livrarias, em suas tendas alegres e iluminadas.

Já os encontros com os escritores, escritoras e convidados especialíssimos, serão no meio da Vila Literária no Coreto Cultural, típico de cidades do interior, montado especialmente para o Festival, um dos mais importantes do Brasil, com reconhecimento internacional.

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