O velório e sepultamento ocorreram nesta segunda-feira no Cemitério Memorial de Santos / Arquivo DL - Foto do ano de 2012
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A morte silenciou, nesta segunda-feira (19), aos 94 anos, o aposentado portuário Argeu Anacleto da Silva, um dos últimos sobreviventes do navio-prisão Raul Soares, de triste lembrança para os santistas.
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Argeu era sindicalista do Sintraport, em 1964, quando foi preso e ficou muitos anos sem saber os motivos de sua prisão. Junto com ele foram presos outros sindicalistas e trabalhadores portuários, além de políticos, num dos capítulos mais sombrios da história política do País.
O navio Raul Soares, transformado em cárcere flutuante, permaneceu atracado no terminal portuário santista, de 24 de abril a 23 de outubro daquele ano.
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Argeu concedeu entrevista ao Diário do Litoral, em 2012, ano em que o jornal trouxe, de Nova Iorque, o médico Thomas Maack, também prisioneiro do navio, e promoveu um reencontro emocionante entre os dois, ocorrido na Câmara de Santos.
Na ocasião, Argeu agradeceu ao médico pelo atendimento prestado, não só à ele, como aos demais prisioneiros do Raul Soares.
Ele disse à nossa Reportagem que foi preso em seu local de trabalho, no sindicato, sem saber o real motivo. E que, enquanto vivesse, iria buscar essa verdade e que nada o calaria até conseguir saber porque ele e tantos trabalhadores ficaram presos nos calabouços e porões do navio Raul Soares.
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O falecimento de Argeu Anacleto foi comunicado ao Diário por sua neta Giovanna. Ela informou que ele estava internado, há 20 dias, na Santa Casa de Santos e que morreu por complicações de uma pneumonia.
Era pai de três filhos, avô de seis netos e de três bisnetos. Deixou a viúva dona Carmen.
O velório e sepultamento ocorreram nesta segunda-feira no Cemitério Memorial de Santos.
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