A atividade foi oferecida de maneira gratuita pela empresa que gerencia o barco Mestre dos Mares, em parceria com o serviço social da Prefeitura. / Divulgação/PMS
Continua depois da publicidade
O mar em seus movimentos constantes, mistérios e imensidão traz inspiração, fascinação e até medo para alguns. E, na tarde desta quinta-feira (2), 30 moradores da Seção Abrigo para Adultos, Idosos e Famílias em Situação de Rua (Seabrigo-Aif) puderam desfrutar de todos esses sentimentos, em um passeio especial de escuna pela costa santista. Tudo isso justamente no Dia de Iemanjá, a rainha do mar nas religiões de matrizes africanas.
De acordo com a chefe do Seabrigo-Aif, Rosana Salvador Dias, a excursão visa a integração dos moradores com a cultura e com os principais pontos turísticos de Santos. “O convívio social deles aumenta, pois se sentem mais pertencentes à Cidade conhecendo locais que não teriam condições financeiras de desfrutar neste momento da vida", explica.
Continua depois da publicidade
FELICIDADE
Os moradores não escondiam a felicidade pela oportunidade de curtir o dia no mar. Um dos mais animados era o aposentado José Nattis, de 73 anos e natural de Olímpia, no interior de São Paulo. Apesar de viver há 30 anos em Santos, nunca teve a oportunidade de passear de barco. “Eu espero que seja muito agradável e feliz, já vi muitos navios e barcos, mas nunca entrei em um”.
Continua depois da publicidade
Seu José conta que a expectativa era tão grande que quase nem dormiu esperando o passeio. “Desde que fiquei sabendo, não via a hora de poder curtir, estou muito animado”. Ao subir na embarcação, ele não escondia de ninguém sua felicidade, que irradiava em seus olhos azuis, muito expressivos, e no sorriso fácil transparecendo o quando o dia era especial. “Não imaginava que fosse tão bonito, estou vivendo um momento único na minha vida”, confidenciou.
Dona Rose Francisco de Arantes, de 54 anos, nascida no Guarujá, conta que andou muito de catraia durante toda a vida, mas que sempre teve vontade de passear com os barcos e escunas que aportam na Ponta da Praia. “Fiquei emocionada. Nunca andei de barco, nem de escuna", disse a idosa, com os olhos marejados.
Aos 86 anos, dona Clarisse Agostinho estava maravilhada com a sua primeira vez andando de escuna. As sensações da proximidade com o mar encantaram a idosa. “Esse ventinho e o cheiro do mar, essa felicidade momentânea, me fazem muito bem. Nessa idade, aprendi a viver o agora e é isso que importa", ressaltou.
Continua depois da publicidade
EMOÇÃO POR AJUDAR
E não foram somente os moradores do abrigo que curtiram a experiência. Sócio da empresa que administra a escuna, Aparecido dos Santos Porteiro conta ser emocionante poder ajudar. “Nós estamos todos os dias no mar, que é um lugar que todas as pessoas gostam de estar um dia, vendo a Cidade de um outro ângulo. Poder proporcionar essa experiência para eles é uma emoção que nem consigo explicar".
Continua depois da publicidade