Santos

Mais de 110 cães recebem coleira contra leishmaniose em morro de Santos

À base de fipronil, piriproxifeno e permetrina, a nova coleira tem duração de 8 meses

Da Reportagem

Publicado em 29/08/2022 às 16:13

Atualizado em 29/08/2022 às 16:19

Compartilhe:

Ação aconteceu no domingo no Morro do Marapé / Foto: Arquivo/Isabela Carrari/PMS

Neste domingo (28), a Secretaria de Saúde de Santos ampliou o cerco contra a leishmaniose visceral canina. De forma preventiva, 117 animais que vivem em imóveis no Morro do Marapé receberam coleiras repelentes, que têm objetivo de afugentar os insetos que transmitem a doença. Em alguns casos, foi feita a troca do acessório anterior e, em outros, o primeiro encoleiramento.

À base de fipronil, piriproxifeno e permetrina, a nova coleira tem duração de 8 meses. Após este período, a troca é realizada pela Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses (Sevicoz). Nas ações anteriores, foram utilizadas coleiras de imidacloprida e flumetrina, também com 8 meses de duração.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

"A alternância de compostos repelentes é importante. Há boas experiências em outras regiões do País", destaca Alexandre Nunes, veterinário da Sevicoz.

O protozoário causador da leishmaniose visceral canina é transmitido pelo mosquito-palha, sendo mais comum o da espécie Lutzomyia longipalpis. Porém, esta espécie não foi localizada em Santos, após diversas ações em campo. A Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo (Sucen) afirma que a transmissão se dá por 'vetores secundários', ou seja, mosquitos-palha de outras espécies.

É importante ressaltar que o encoleiramento não é realizado de forma aleatória. Recebem o acessório apenas os cães que moram em um raio de 100 metros de distância dos infectados, além dos que já estão acometidos pela doença, para evitar novas transmissões.

Nas próximas semanas, a Sevicoz fará outras ações de encoleiramento. A aquisição do acessório, ao custo de cerca de R$ 150 mil, foi realizada a partir de emenda parlamentar destinada pelo vereador Benedito Furtado.

Desde 2015, Santos já registrou 130 casos de leishmaniose visceral canina. Atualmente, 36 cães convivem com a doença na Cidade, recebem tratamento e são monitorados.

 

SINTOMAS 

Os sintomas, que costumam aparecer de dois a três anos após a infecção pelo parasita, são: pele e mucosas com feridas; queda de pelos da orelha e em volta do nariz; emagrecimento e crescimento exagerado da unha. Com o avanço da doença, órgãos internos como fígado, baço e pulmão, são afetados.

Munícipes cujos cães apresentem sintomas de leishmaniose visceral canina devem procurar atendimento veterinário. Na rede pública, a opção é a Codevida (Av. Francisco Manoel s/nº - Jabaquara), de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Telefones: (13) 3203-5593 e (13) 3203-5075.

 

LINHA INTEGRAL DE CUIDADO

Desde o registro do primeiro caso de cão com leishmaniose na Cidade, em 2015, Santos realiza um trabalho integral contra a doença, que cobre investigação do vetor, notificações, investigação sorológica, ações de prevenção e tratamento aos cães infectados. Nunca houve registro de leishmaniose em humanos na Cidade.

 

AÇÕES PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DA LEISHMANIOSE EM SANTOS

Investigação do vetor: Embora existam casos positivos de leishmaniose em cães na Cidade, o mosquito-palha até hoje não foi encontrado no Município. Desde 2015, a Secretaria de Saúde atua em parceria com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), do Governo Estadual, em buscas nas matas, com armadilhas próprias para atrair e reter o inseto transmissor.

Notificações: clínicas veterinárias particulares e a Codevida notificam a Sevicoz sobre casos de leishmaniose. A Sevicoz inicia a investigação sorológica, com coleta de sangue no animal e envio da amostra para o laboratório Adolfo Lutz, referência para a confirmação dos casos.

Investigação em outros animais: uma vez identificada a doença em algum animal, a Sevicoz faz uma busca ativa de outros cães que possam conviver no mesmo espaço do contaminado e também dos que estão a um raio de 100 metros de distância. É colhido o sangue e enviado ao Adolfo Lutz.

Tratamento: atualmente, 37 cães com leishmaniose recebem tratamento para controle da carga parasitária. O tratamento dura 28 dias, sendo realizado exame de sangue 3 a 4 meses depois do fim para verificar a resposta do organismo ao medicamento. Com a carga parasitária baixa, o risco de transmissão é menor. Todos foram microchipados, de forma que se houver fuga do animal, por exemplo, é possível identificar o seu paradeiro.

Coleira com repelente: todos os cães identificados com leishmaniose recebem uma coleira com repelente de forma a prevenir que o inseto pique e se torne transmissor da doença para outros animais e pessoas. Recebem a coleira ainda os animais sadios que vivem a um raio de até 100 metros de distância.

Capacitação: Os agentes de controle de endemias e demais profissionais de saúde da rede municipal passam por capacitações periódicas, a fim de se tornarem multiplicadores de informação para a população.

Orientação: os munícipes cujos animais passaram por investigação são orientados a manter os ambientes externos livres de material orgânico (fezes, folhas) que atraem o inseto; manter as janelas teladas e usar repelente, em especial no fim da tarde e de noite, períodos de maior atividade do mosquito-palha.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

Jovem de 14 anos desaparece em rio do Vale do Ribeira

Garoto nadava em rio na companhia de outros menores quando acabou levado pela correnteza

Diário Mais

Conheça a história do avião que voou 120 km sem combustível

Foi o voo planado mais longo da história com um avião de passageiros

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter