Renato Pirauá une figuras antológicas do Brasil em uma única publicação / NAIR BUENO / DIÁRIO DO LITORAL
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Qual seria o resultado de unir, em uma única obra literária, duas figuras tão diferentes e, ao mesmo tempo tão similares, como o cangaceiro Lampião e o herói índio Macunaíma? É essa a resposta que busca o escritor Renato Pirauá que junta os anti-heróis brasileiros em seu romance ‘Entrevista com Macunaíma’ que será lançado no começo da segunda quinzena de abril em Santos.
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Com prólogo escrito por Felipe Chiarello, a obra literária apresenta o encontro de dois homens completamente diferentes: Fernando Renard e Mair Curumim. O primeiro deles se trata de um jovem jornalista com grande experiência e currículo que inclui até mesmo vários prêmios nacionais. Enquanto isso, o segundo indivíduo se trata de um ancião simples e sem estudo.
Escrito em aproximadamente seis meses, durante o período da pandemia de Covid-19, o livro traz um ambiente e personagens 100% brasileiros.
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“Meu primeiro objetivo ao escrever o livro foi tentar oferecer ao leitor uma leitura leve, gostosa e fácil. Quem abrir o livro vai encontrar um ritmo de crônica. O romance começou, aliás, como uma série de minicontos que compilei e virou um 'super conto', um romance”, explica Pirauá.
Renato, a propósito, é parente de Silvino Pirauá de Lima, poeta e cordelista brasileiro nascido em 1860 no município de Patos. Se tratando de descendente de um dos pioneiros do cordel nacional, Renato decidiu dar ao livro um toque do gênero literário.
“É uma literatura bem brasileira onde peguei Macunaíma e misturei com outros elementos como cordel, crônica, contos, tudo bem brasileiro. Algo falando bastante do Brasil e remetendo a referências antigas como Mario de Andrade, mas começou tudo com uma literatura de cordel”.
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No livro, o repórter está em meio à coleta de informações para uma matéria especial quando viaja ao Estado de Sergipe para entrevistar o ex-cangaceiro e ‘Seu’ Mair faz revelações surpreendentes, envolvendo dois anti-heróis do século XX, Lampião e Macunaíma, personagens que carregam a brasilidade de um país permeado desde sempre pela miséria, e que clama por justiça, muitas vezes confundida com vingança, e igualdade.
“Macunaíma foi um anti-herói e o brasileiro adora um. Foi quando eu pensei: ‘e se eu pegasse dois anti-heróis e os colocassem em conflito?’ Foi daí que a ideia foi ganhando corpo e pensei que podia virar romance”, afirma Renato.
A experiência escrevendo o livro foi tão proveitosa que o autor já está preparando sua segunda publicação, que aliás, já foi batizada como ‘Minha Querida Mila’. Piaruá explica que acredita que já está na metade e possui, pelo menos, cerca de 40 laudas da obra brasileira que contará em formato similar aos das lendas nacionais.
Renato, entretanto, está focado no momento no lançamento de ‘Entrevista com Macunaíma’ marcado para 16 de abril no Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente (IHG-SV). O primeiro romance do autor contará com uma tarde de autógrafos a partir das 16h nas dependências do Instituto, que fica localizado na Rua Frei Gaspar, 280, no Centro, com coquetel e exposição de peças relacionadas à obra.
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“Estou montando uma pequena mostra com cordéis que reuni em Recife e também livros do Silvino e farei uma miniexposição para todo mundo que quiser participar. Todo o evento vai ter entrada gratuita, é só aparecer”, conclui Renato.
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