Sindicato dos Estivadores pode ficar sem a sede caso não haja pagamento de aluguéis atrasados / Nair Bueno/ DL
Continua depois da publicidade
O juiz da 9ª Vara Cível de Santos, Rodrigo Garcia Martinez, suspendeu o despejo do Sindicato dos Estivadores, do imóvel localizado à Rua dos Estivadores, 101 – Paquetá, mas deu cinco dias de prazo, a contar da última sexta-feira (13), para que a Direção da entidade apresente um plano para deixar o imóvel.
O magistrado levou em conta o trabalho diário de escala de 200 trabalhadores, o tratamento psicológico prestado a afastados na sede e o acervo mobiliário e de documentos que demandam tempo para ser organizados e removidos.
Continua depois da publicidade
Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.
É a segunda vez que o despejo é suspenso. Em setembro do ano passado, a Justiça havia suspendido após o presidente da entidade sindical, Bruno José dos Santos, ter acionado seu Departamento Jurídico do Sindicato para evitar a perda da sede. O Sindicato foi procurado e não retornou à Reportagem.
Continua depois da publicidade
Segundo já havia sido apurado pelo Diário junto ao proprietário do prédio, Laercio Luiz Luongo, o Sindicato estaria devendo mais de R$ 2,5 milhões em aluguéis. O imóvel vem sendo alugado por cerca de R$ 21 mil mensais. Além de ser considerada a casa de muitas gerações, o prédio também abriga um grande acervo da história da categoria e estaria avaliado em R$ 2,3 milhões.
O proprietário tomou posse do imóvel em 2013 e, no dia 13 de janeiro do ano passado, fez um acordo com o Sindicato, que pagou três meses e depois parou de pagar o aluguel, segundo já havia revelado.
Em fevereiro de 2014, o empresário entrou com a ação de despejo. No ano seguinte, um novo acordo foi feito e pagos mais dois aluguéis, que depois foram suspensos novamente. Em 2018, a dívida foi parcelada em 72 vezes, mas o acordo foi descumprido.
Continua depois da publicidade
Bruno dos Santos já havia adiantado à Reportagem que iria apelar, se necessário, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e que a decisão que ensejou despejo não seria o fim do processo, que ensejariam medidas junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A Direção do Sindicato já havia revelado que está questionando a locação de pelos menos os últimos sete anos, em especial, o contrato aparentemente simulado entre o ex-presidente e o locador, que não estaria atendendo pressupostos legais.
A situação vai atrapalhar a vida dos trabalhadores mais tradicionais do Porto de Santos, que poderão ficar sem espaço para discutir seus problemas e reivindicar direitos trabalhistas.
Continua depois da publicidade