INICIATIVA

Instituto Procomum ajuda a tirar mais de 30 projetos do papel

O aporte financeiro inicial foi de R$ 60 mil, com reservas de contingência provindas do próprio Instituto Procomum

LG Rodrigues

Publicado em 25/07/2022 às 08:15

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O Instituto Procomum ajudou a realizar dezenas de sonhos com a criação de Fundo / DIVULGAÇÃO

Não há nada melhor do que ver um projeto carente de investimento sair do papel, mas o Instituto Procomum, que está instalado no Paquetá, em Santos, desde 2017, foi além e, com o auxílio de seu Fundo de Ativação, conseguiu tornar sonhos em realidade não com uma, ou duas iniciativas, mas com mais de 30.

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Lançado em maio deste ano, o Fundo de Ativação Procomum conseguiu gerar, nesta segunda quinzena de julho, subsidio para um total de 32 projetos que vão desde iniciativas empreendedoras a produtos audiovisuais. O aporte financeiro inicial foi de R$ 60 mil, com reservas de contingência provindas do próprio Instituto Procomum.

“Esse fundo foi criado para apoiar iniciativas culturais, ambientais, de alternativas econômicas, da rede de pessoas e coletivos que passaram, ao longo desses cinco anos que o Procomum existe, por outras experiências conosco. Desde 2016 a gente vem desenvolvendo uma série de atividades, como o Circuito de Inovação Cidadã e formações ligadas ao Conselho Britânico do Active Citizens”, explica Rodrigo Savazoni, diretor executivo do Instituto Procomum.

“A gente acabou atendendo, digamos, e se relacionando aí com mais ou menos umas 400 iniciativas, pessoas, grupos que realizam ações sociais, socioculturais, socioeducacionais, socioambientais aqui na região da Baixada. Ao longo dos últimos anos a gente desenvolveu relações com esses grupos com os quais a gente sempre manteve uma proximidade com eles e a gente constituiu o que a gente chama de Rede Procomum. A gente, por exemplo, realizou a campanha Baixada pela Vida durante a pandemia e muitos desses atores foram parceiros na construção das ações nos territórios”.

Nos últimos meses, com o retorno de uma possível volta à normalidade, Rodrigo percebeu que, apesar da roda da economia local e nacional ter começado a retomar seu fluxo, muitas pessoas ainda se encontravam em situações de dificuldade em todas as nove cidades da Baixada Santista.

“Agora, chegando no fim da pandemia, quer dizer, não propriamente o fim da pandemia, mas esse estado de endemia, a gente se viu diante da situação em que muitos desses grupos seguem ainda necessitando ainda mais de apoio e suporte. É uma rede muito potente de gente que faz a diferença na nossa região, só que estão absolutamente desguarnecidos. A gente não tem políticas públicas que atendam esses grupos e a gente, pensando sobre modelos, sobre possibilidades, a gente pensou em aplicar essa ideia dos fundos comunitários ao contexto nosso aqui. O fundo é uma tecnologia que a gente está propondo que é um processo permanente de busca de captação e investimentos para irrigar essa rede de ‘fazedores’ da nossa região”. 

O lançamento do fundo foi efetivado em maio passado após o Instituto Procomum ter concedido um aporte financeiro inicial de R$ 60 mil, com reservas de contingência da própria instituição.

“A gente pegou um dinheiro que era nosso que estava guardado para caso de algum problema acontecer e aportou no fundo. Fizemos a primeira chamada de abertura com a prerrogativa de que, quem poderia concorrer a esses valores, eram os aqueles que já tinham passado por processos conosco. E aí o que aconteceu foi que, desse universo, algumas pessoas se prontificaram e apresentaram suas propostas e a gente foi acolhendo”.

O resultado se deu com 32 propostas aceitas e cujos coordenadores já se encontram com estas cifras em mãos para dar o pontapé inicial em seus projetos. Dentre os selecionados estão videoclipes musicais, no caso do rapper Augusto Pakko, o foto livro 'Eu posso sonhar?' de autoria do fotógrafo Andrey Haag e a performance Ruínas na Bacia do Mercado de Santos, de Eleonora Artysenk. Todas os detalhes das mais de 30 iniciativas já podem ser conferidos no lab.procomum.org, que se trata do portal do Instituto Procomum.

A empresária Roberta Antunes foi uma das contempladas e seu projeto, o Coletivo Mulheres Guerreiras, que ensina confecção de roupas e bijouterias a homens e mulheres trans, já está planejando o lançamento de uma linha de turbantes para o último trimestre deste ano.

“O Mulheres Grandes Guerreiras nasceu no dia 19 de abril e as meninas queriam aprender uma profissão, temos um grupo composto por 90% de pessoas trans e eu sempre quis ensinar o que eu sei para alguém. Só de ver a alegria delas, a expectativa das meninas já está sendo muito bacana porque elas não sabiam costurar nada e do nada a gente vai montar e lançar uma coleção de turbantes em outubro. Com a ajuda do Procomum já está rolando uma oficina de costura e elas estão aprendendo a fazer uma costura reta para a partir do mês que vem a gente começar a fazer a coleção”, explica.

A ideia agora de Savazoni, e do restante da equipe da instituição, é manter o Fundo como algo permanente para atender mais outros projetos que já formam fila, mas para isso eles procuram apoio de quem estiver interessado em ajudar a ideia a crescer ainda mais para os próximos meses e anos.

“O Lab Procomum tem um site onde as pessoas podem nos encontrar e também possuímos um espaço cultural independente e autônomo aqui na região da bacia do mercado municipal de Santos aqui na Rua Sete de Setembro, que está aberto à visitação a quem queira conhecer e vir aqui participar do nosso trabalho. A gente está, inclusive, agora a partir de agosto reabrindo as portas de forma definitiva para receber as pessoas que queiram conhecer as iniciativas que estão acontecendo aqui”, finaliza.

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