Santos

Finalmente, guindaste iça estrutura do telhado do Coliseu

Içamento mobilizou curiosos e engenheiros da Prefeitura, da empreiteira e da empresa que opera o guindaste

Nilson Regalado

Publicado em 06/08/2024 às 19:30

Atualizado em 06/08/2024 às 21:53

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Estrutura metálica tem 320 metros quadrados e pesa quatro toneladas / Nilson Regalado

Pontualmente às 14h34 desta terça-feira (6), o guindaste com capacidade para erguer até 160 toneladas içou a estrutura metálica que passa a cobrir o centenário palco do Teatro Coliseu. Às 14h58, a armação com 320 metros quadrados e quatro toneladas que sustentará o telhado do Coliseu já estava apoiada sobre a alvenaria, na parte de trás do prédio histórico, próximo à esquina das ruas João Pessoa e Brás Cubas, no Centro.

A manobra mobilizou dezenas de curiosos, além de engenheiros da Prefeitura, da empreiteira responsável pelo restauro do Coliseu e da empresa que opera o guincho. Essa operação estava programada para o final de junho, mas precisou ser adiada por conta das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que impediam a chegada do guincho à lateral do Teatro.

O encaixe da estrutura feita em aço no alto das paredes do Coliseu foi milimetricamente projetado pelos engenheiros durante meses. E, agora, será possível concluir o telhado sobre o palco. Só a partir dessa cobertura será possível fazer os reparos necessários no assoalho, construído originalmente com freijó, madeira nobre e em vias de extinção.

Segundo a engenheira, as novas tábuas em freijó estão armazenadas em local seco, à espera da cobertura do palco para serem trazidas ao Coliseu. O reforço na estrutura metálica que fica abaixo do palco já está concluído.

Esta etapa do restauro do tombado pelos órgãos de proteção ao patrimônio histórico e arquitetônico do Estado e do Município está a cargo da Lemam Construções e Comércio.

A empreiteira assumiu esta fase da restauração em 2021, e foi a responsável a recuperação dos 4.414,30 metros quadrados da fachada do Teatro. Como na época da construção do Coliseu não havia cimento, o trabalho foi executado apenas com cal e água.

Por ser menos aderente que o cimento, esse material não pode ser aplicado após dias de chuva. E, em caso de chuva imprevista, todo o material é perdido e o trabalho precisa ser refeito. 

Todas as janelas e portas em madeira também foram restauradas pela Lemam. A empreiteira também foi a responsável pela construção do chamado “piano”, área para atividades externas que fica no último andar do Coliseu, de frente para a Rua Amador Bueno, ao lado da Catedral de Santos.

Desmazelo

Mesmo depois de tantos anos fechado para obras e dos milhões investidos na restauração da fachada, do mobiliário e das pinturas artísticas no teto, no foyer e nas galerias, a falta de manutenção básica no telhado provocou infiltrações no forro em gesso, que chegou a ruir próximo às duas paredes laterais do prédio. As portas e janelas em madeira maciça foram corroídas pela maresia e apodreceram.

Na fase atual das obras, estão previstas a reforma do telhado e no terraço externo, conhecido como piano bar, além da substituição do reboco em uma área com 1.849,97 metros quadrados do prédio anexo ao Teatro. Atualmente, a obra é executada pela construtora Lemam e o valor do contrato é de R$ 4,3 milhões.

Nova licitação

Uma nova etapa de obras no Coliseu está licitada. A próxima intervenção foi aprovada pelo Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos do Estado no final de 2023. O valor do convênio com o Estado é de R$ 5,4 milhões, com prazo para execução de nove meses.

O edital para contratação dessa nova etapa foi publicado em maio. E, segundo informou a Diretoria de Comunicação da Prefeitura em julho, a Secretaria Municipal de Obras e Edificações “mapeou as necessidades de recomposição interna e modernização das instalações para que o Teatro acompanhe as transformações tecnológicas dos espetáculos e eventos que pretende sediar”.

Ainda de acordo com a Dicom, “os serviços contemplados são de modernização da caixa cênica, com restauro do urdimento, elevadores de palco e de orquestra, iluminação cênica, sonorização, substituição das varas cênicas e cortinas, e atualização das diretrizes de acessibilidade de acordo com as normas vigentes, que foram atualizadas em 2020”.

Nessa nova etapa “também serão sanadas questões que provocaram o isolamento dos camarotes do Coliseu desde 2004. Sendo assim, ao final da execução o equipamento será devolvido à população com a sua capacidade total”. A Prefeitura projeta ainda uma outra licitação para restauro das pinturas decorativas internas e substituição do mobiliário da plateia. 

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