Fila tira o descanso de centenas de pessoas na volta do trabalho. Prefeitura garante ação para acabar com o problema / Divulgação
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As filas diárias de caminhões nas duas mãos da Avenida Marginal da Via Anchieta, no bairro da Alemoa, em Santos, de cerca de dois quilômetros de extensão, formadas por caminhoneiros que buscam acesso a duas empresas prestadoras de serviços ao Porto - vêm sendo o martírio diário, há meses, de milhares de trabalhadores e trabalhadoras, principalmente nos horários de pico, entre seis e nove horas e 18 e 21 horas.
Nada passa. Exaustos depois de um dia inteiro de trabalho, passageiros do transporte público descem dos ônibus para fugir do congestionamento, ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), bombeiros e veículos particulares que, muitas vezes, estão conduzindo pessoas a atendimento médicos há meses aguardados, ficam presos. Estudantes perdem aulas. Gente perde o emprego.
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Pessoas chegam atrasadas ao trabalho e, quando voltam no final da tarde para o merecido descanso, amargam uma distância considerável a pé para chegar em casa. "Eu já liguei inúmeras vezes. A Ecovias afirma que a responsabilidade é municipal e pede para ligar para a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) que, por sua vez, pede para ligar para a Ecovias", afirma Edimillson de Almeida Duarte (Didi), presidente da Sociedade de Melhoramentos do Jardim São Manoel, bairro com mais de 10 mil habitantes e um dos mais afetados pelo problema.
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Segundo a liderança, o transtorno diário também afeta trabalhadores e famílias de outros bairros, como o Piratininga e Vila dos Criadores. "Ficamos ilhados perdendo o direito de ir e vir. Os caminhoneiros não têm culpa, pois também ficam horas e horas aguardando nas filas com fome. As empresas alegam que trabalham com agendamento, mas o sistema não funciona. Usam a avenida marginal como estacionamento", explica Didi.
O representante do bairro diz que as filas atingem a rotatória do bairro. "Vira um verdadeiro nó. A população que só tem está entrada e saída fica presa. As empresas não dão satisfação alguma à Sociedade de Melhoramentos no sentido de um acordo ou estudo para solução do problema", finaliza.
ECOVIAS E CET.
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A Ecovias garante que os congestionamentos estão fora do trecho de concessão, que monitora o tráfego por câmeras e rotas de inspeção para auxiliar no fluxo e toda vez que é identificada alguma situação na rodovia, a concessionária aciona imediatamente o Policiamento Rodoviário, que fica dentro do Centro de Controle Operacional (CCO), além dos demais integrantes do Programa de Gestão Integrada (PGI) na Baixada Santista, que conta com empresas do entorno do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) e a Santos Port Authority (autoridade portuária), para estudos de soluções e providências.
INTIMADAS.
A Prefeitura de Santos afirma que já estava solucionando o problema. Através de ação conjunta, entre as secretarias de Assuntos Portuários e Projetos Especiais (Seport/Pe), Desenvolvimento Urbano (Sedurb), e Finanças (Sefin), as empresas da marginal da Alemoa foram intimadas para atendimento da legislação municipal, com o intuito de organizar seus acessos para impedir o surgimento dos congestionamentos na via.
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Ainda conforme a Administração, a Deicmar e Santos Brasil apresentaram sugestões prevendo adequações na marginal, que possibilitam a acomodação dos caminhões em faixas dinâmicas que sirvam ao acesso aos gates dos terminais. A solução apresentada deve contar com a anuência da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), Ecovias e Polícia Militar Rodoviária, que respondem pela fiscalização na área onde foi constatado o tráfego intenso de veículos pesados.
ORGANIZAÇÃO.
A Seport/Pe também identificou a necessidade de melhor organização por parte da SPA - autoridade portuária - em relação ao fluxo de operação de descarga de contêineres entre os terminais de área primária, ao receberem a carga do navio e o encaminhamento desse volume ao retroporto.
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As empresas Fassina, Deicmar, Gelog e Santos Brasil foram multadas em R$ 20 mil por desobediência a Lei 875/2015, ou seja, por ocupação irregular de via pública nas operações de carga e descarga. Salientamos que essas multas administrativas são aplicadas aos estabelecimentos (transportadoras)
Nesse sentido, através de ofício a Prefeitura de Santos solicita providências da autoridade portuária para que seja definido regramento operacional com a finalidade de que transporte de carga ao retroporto seja orientado de acordo com a capacidade de recebimento dos terminais de recinto alfandegado. As empresas não se manifestaram.