Santos

Estudantes em Santos recebem orientações sobre perigos do bullying e informações falsas

Novas palestras sobre o tema estão agendadas em escolas

Da Reportagem

Publicado em 13/04/2023 às 11:03

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A cultura da paz passou a fazer parte do PPP das 86 unidades municipais de educação de Santos / Diego Matos/PMS

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Sala cheia de olhinhos curiosos. O silêncio demonstra o interesse pelo assunto que tanto tem movimentado as redes sociais e noticiário nos últimos dias. Mais de 100 alunos que fazem parte do Grêmio Estudantil Sementes do Amanhã, do Conselho de Escola e do Programa Santos Jovem Doutor, da UME Avelino da Paz Vieira (Vila Nova), participaram, na manhã desta quarta-feira (12), da palestra sobre bullying e cyberbullying oferecida para OAB-Santos, em parceria com a Secretaria de Educação (Seduc), por meio do programa Justiça Restaurativa. 

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O advogado e vice-presidente da Comissão de Direito Digital da OAB Santos, Matheus Ávila, falou sobre direito digital, o perigo de repassar informações falsas e sobre o quanto pode ser prejudicial para a saúde de pessoas de todas as idades o que atualmente é denominado bullying.

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"A palestra tem o objetivo de tratar esses assuntos de forma dinâmica, com a participação dos alunos. É importante deixar claras as consequências de praticar o bullying e o cyberbullying. Aproveitamos, também, para falar sobre direto digital, uso seguro das redes sociais, o perigo da exposição de dados nas redes e que não há anonimato, isto é, não dá pra se esconder atrás da internet. Também mostramos que há caminho judicial para descobrir quem está ofendendo o outro na internet, que é extremamente rápido e fácil quebrar o sigilo para descobrir o IP e localização do comentário ou publicação ofensiva", explicou o advogado. 

Ele também orientou a turma sobre a postura correta ao receber informação violenta. "Se o aluno receber informação de possível ataque em escola, é preciso entrar em contato com a coordenação e não disseminar para outras pessoas, já que a informação pode ser falsa e criar estímulo para que outras pessoas façam isso. Quem repassa notícias falsas pode ser considerado cúmplice", alertou Matheus.

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A coordenadora do Programa Municipal de Justiça Restaurativa, pela Seduc, Fabíola da Costa Matias Barcelos Grilo, explicou que a palestra tem o objetivo de transformar os alunos em multiplicadores das informações repassadas no encontro. "A nossa ideia é que os alunos contribuam com a equipe gestora e orientadora educacional, porque pela proximidade recíproca, eles podem colaborar para detectar, prontamente, problemas ou mudanças de comportamento. A ideia é que através da palestra, eles ajudem a equipe gestora, por meio da Justiça Restaurativa". 

COMPREENSÃO 

A aluna Ana Paula Arruda, 12, do Grêmio Sementes do Amanhã, compreendeu a proposta. "Acho muito importante porque tem muita gente passando por isso. Sabendo disso, podemos repassar o que aprendemos e, quando tivermos filhos, vamos ensinar que não pode fazer bullying com as pessoas e que todas as pessoas são iguais".

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Para Maria Eduarda Amaral Pupo, 13, o caminho é a comunicação. "Precisamos conversar sobre isso, porque, hoje em dia, acontece muito bullying e todo mundo precisa saber quais as causas, como acontece e as consequências. É importante evitar e quando os alunos ficam sabendo que podem ser presos por fazer isso, vão pensar muito antes de fazer". 

Heloisa Ferreira Adam, 12, disse que foi bom aprender. "Porque as pessoas que sofrem e fazem bullying agora sabem que podem ser presas e o que pode acontecer. Quem sofre também vai conseguir se defender. Não é legal fazer esse tipo de coisa".

Novas palestras sobre o tema estão agendadas em escolas. 

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JUSTIÇA RESTAURATIVA

O combate ao bullying e situações de conflito nas escolas municipais de Santos faz parte do Programa Municipal de Justiça Restaurativa, criado em 2014, com nove escolas-piloto. Atualmente, está presente nas 86 unidades municipais de educação. Neste período foi realizada a formação de dezenas de educadores, técnicos do Judiciário e membros da comunidade como facilitadores de práticas restaurativas, que estão aptos a solucionar problemas de modo cooperativo.  

Com a lei 3.371, de 2017, a Justiça Restaurativa virou política pública, tornando-se um novo modelo de prevenção e solução de conflitos entre os envolvidos, por meio da restauração do dano causado, da não punição, utilizando o diálogo e entendimento.

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Cultura de paz refere-se a aprendizagem cooperativa, educação multicultural, aprendizagem de valores,  redução de preconceitos e criação de cultura de prevenção de violência e solução de conflitos.

A cultura da paz passou a fazer parte do PPP (Plano Político-Pedagógico) das 86 unidades municipais de educação de Santos. Cinco unidades possuem o núcleo da cultura da paz dentro do seu espaço físico, viabilizados por meio da parceria com o Rotary Club Santos Boqueirão, atuando junto à comunidade escolar por meio de facilitadores da Justiça Restaurativa. São as escolas Avelino da Paz Vieira, João Papa Sobrinho, Edméa Ladevig, Antônio Demóstenes de Souza Britto e Colégio Santista. 

As unidades utilizam e realizam as práticas restaurativas como o perguntar restaurativo, os círculos de paz e os círculos restaurativos, além de palestras e rodas de escuta para auxiliar no processo de harmonização do ambiente escolar. Em casos de identificação de conflitos, são aplicados o diálogo restaurativo, a mediação escolar, encontros restaurativos, entre outras ações.

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Atualmente, estão abertas inscrições para professores da rede municipal interessados em fazer parte do programa (https://diariooficial.santos.sp.gov.br/edicoes/leitura/mobile/2023-04-04/1), com informações à pág. 228 do Diário Oficial de Santos do último dia 4 de abril.

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