Trabalho envolverá alunos de escolas azuis: João Papa Sobrinho (foto), Marquês de São Vicente e Jean Piaget - / Foto: Isabela Carrari
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Crianças e jovens santistas como protagonistas do monitoramento e estudo para preservação dos oceanos, incentivando a consciência ambiental desde cedo. Esse é o principal intuito do programa Ciência Cidadã, lançado na manhã desta quinta-feira (13), na Sala Princesa Isabel do Paço Municipal, dentro da programação do evento internacional Diálogos da Cultura Oceânica da Unesco, que acontece nesta semana em Santos.
O programa é resultado de uma parceria entre a Prefeitura, Unifesp e projeto Blue Keepers, da ONU. É coordenado pelo projeto Maré de Ciência (Unifesp) e, no momento, desenvolvido junto às escolas azuis: Unidade Municipal de Educação Prof. João Papa Sobrinho, Escola Estadual Marquês de São Vicente e Colégio Jean Piaget.
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Escolas azuis são aquelas que têm o tema oceano dentro do currículo e que integram a comunidade escolar na cultura oceânica, incentivando mudanças de comportamento em favor da sustentabilidade dos oceanos.
O Ciência Cidadã é uma nova fase do Programa de Identificação das Fontes de Resíduos Marinhos, lançado em 2017, que criou uma metodologia de análise em parceria com com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a International Solid Waste Association (ISWA) e a Agência Ambiental da Suécia, que se tornou modelo, aplicado em diversas cidades brasileiras, além de três países (Colômbia, Costa Rica e República Dominicana).
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Essa metodologia consiste em traçar uma área retangular (com, no mínimo, 15x40 metros) que permite a análise de todos os resíduos encontrados na faixa de areia da praia. A coleta de informações é feita por imagens e amostragens que formam um banco de dados com detalhes sobre o tipo de material coletado, sua origem e o destino ao ser lançado irregularmente.
Após cinco anos de operação e baseado em arqueologia, o método santista já identificou mais de 90 tipos de itens descartados incorretamente.
NOVA FASE
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Nessa nova fase o protagonismo é repassado para os estudantes e educadores, que passarão a ser os responsáveis pelo monitoramento e análise dos resíduos coletados, sempre apoiados por funcionários da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), pesquisadores da Unifesp e do projeto Blue Keepers (ONU).
Caberá aos alunos, orientados pelos professores, fazerem a coleta de acordo com área de pesquisa de cada escola. O Colégio Jean Piaget ficará responsável pela região da Ponta da Praia; a UME Prof. João Papa Sobrinho cuida da região do Gonzaga, enquanto o EE Marquês de São Vicente se responsabiliza pela análise das áreas dos canais 1 e 2.
Os alunos recolherão, sob a supervisão dos professores, os resíduos não orgânicos e levarão para as escolas. Em cada unidade eles serão catalogados e planilhados. Esses documentos servirão para continuar o trabalho de análise iniciado há cinco anos.
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Desde agosto, todas as comunidades escolares envolvidas estão sendo treinadas e a previsão inicial é de que as pesquisas comecem no início do próximo ano.
SANTOS COMO EXEMPLO
A vice-prefeita Renata Bravo ressalta o orgulho por Santos receber o evento da Unesco sobre os oceanos, além da participação dos estudantes, que podem colocar em prática o que aprendem nas escolas sobre a preservação ambiental. “Estamos deixando um legado, principalmente para essas crianças que vão sustentar o nosso planeta, se falamos tanto de futuro e de progresso precisamos começar já. O importante é colocar a mão na massa e começar a fazer”.
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A coordenadora do projeto Blue Keepers, Gabriela Otero, elogiou o trabalho desenvolvido em Santos. "Tenho o prazer de acompanhar a trajetória de luta ambiental, o projeto Blue Keepers vai acompanhar essa iniciativa e trabalhar junto com vocês. Novamente vamos levar Santos como exemplo para cidades no Brasil e no mundo”.
Marcos Libório, secretário Municipal de Meio Ambiente, também destaca o crescimento das políticas ambientais da Cidade. “De alguma maneira influenciamos na formação de toda uma geração de cidadãos, que desde cedo percebem a responsabilidade que têm em mãos quanto à preservação dos oceanos”.
ESCOLA E UNIVERSIDADE
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Coordenadora do projeto Maré da Ciência, desenvolvido pela Unifesp, Bárbara Lage menciona a importância do vínculo entre a academia e a população. “São professores, alunos, comunidade escolar que possuem responsabilidade de usar a ciência para criar conscientização ambiental. A ciência traz o entendimento mais complexo do mundo, reconhece e valoriza os anseios dessa sociedade. Todos somaram conosco e aceitaram um convite para usar a ferramenta da ciência cidadã para monitorar e tomar decisões".
ALUNOS
A união em torno do meio ambiente fica clara quando se escuta alunos como Júlia Andrade Batista, 10 anos, estudante da 'João Papa Sobrinho', que como jovem cientista foi convidada a discursar no evento. “O oceano faz parte da nossa vida; fico muito feliz por ajudar o planeta como jovem cientista, dividindo isso com os meus amigos, pois não é só ajudar, mas entender o nosso oceano e isso é uma tarefa de todos”.
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Uma das convidadas do evento e impactada pelo discurso foi a cônsul geral do Canadá em São Paulo, Heather Cameron. “É muito gratificante ver meninos e meninas com tanta consciência e virando líderes nesse compromisso social e ambiental com o planeta”.
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