Evento em Santos / Marcelo Martins - PMS
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Profissionais das policlínicas da rede pública de saúde de Santos passaram por capacitação nesta sexta-feira (25), na Escola da Saúde (Rua Amador Bueno, 333 - 4º andar), que abordou os cuidados necessários no tratamento e assistência de crianças prematuras. O evento integrou a programação do Novembro Roxo, mês de conscientização sobre a prematuridade.
O enfermeiro Ivan Cleiton Souza Freitas falou sobre o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e o impacto da infecção, tratando da parte de transmissão e prevenção. O VSR causa 75% das bronquiolites e até 40% das pneumonias em lactantes (bebês que estão sendo amamentados). A doença, que não tem vacina ou tratamento efetivo, pode ter reinfecções durante toda a vida, mas pode ser prevenida através de um medicamento específico.
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"Temos bastante conhecimento sobre o vírus, mas como a medicação só é utilizada durante seis meses do ano, isso dá margem para gerar bastante dúvida. Por isso é sempre bom relembrar a importância do Palivizumabe", afirmou, referindo-se ao remédio.
A professora de medicina da Fundação Lusíada (Unilus) e responsável pelo Departamento de Pediatria da universidade, Vera Esteves Vagnozzi Rullo, abordou a parceria da Prefeitura com a instituição. A Unilus possui três ambulatórios de recém-nascidos de alto risco, que recebem filhos de mães diabéticas, hipertensas e outros casos. As crianças são encaminhadas pelo Programa de Estimulação Precoce ao Recém-Nascido de Risco.
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"A universidade faz um acompanhamento de até dez anos. Quando são identificados problemas específicos, a criança é enviada para ambulatórios de outras especialidades dentro da mesma unidade, com serviços de fonoaudiologia e fisioterapia, por exemplo."
A enfermeira da Policlínica Piratininga, Gardênia Maria Sousa Sparboli Berbert, destacou a importância das capacitações promovidas pela Secretaria de Saúde para melhorar a qualidade de vida da população santista, em prol de um desenvolvimento saudável dos recém-nascidos. Ela ressalta que, apesar das policlínicas não serem unidades de emergência, os profissionais precisam estar prontos para atenderem situações desse tipo.
"Já atendi crianças com baixo peso, risco de óbito por inanição, entre outros casos. A rapidez na nossa intervenção pode salvar vidas. A população tem uma afinidade maior com a policlínica pelo vínculo criado com os profissionais. Muitas vezes ela prefere ir na policlínica do que numa UPA ou pronto-socorro. A gente tem que estar preparado para receber todo tipo de atendimento porque somos porta de entrada."
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A coordenadora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devig), Carolina Ozawa, enfatiza a importância das ações da Escola da Saúde no combate a questões epidemiológicas do Município.
"Anualmente, fazemos essa atualização com os profissionais da rede, o que tem sido importante na diminuição do coeficiente de mortalidade infantil, que vem reduzindo a cada ano. Boa parcela dos óbitos infantis da Cidade é de prematuros, em torno de 13%, então queremos dar prioridade na assistência dessas crianças", pontua. Em 2022, Santos registra um índice de mortalidade infantil de 7,3 por mil nascidos vivos, atendendo à meta estipulada pela Organização Mundial da Saúde, de 10 por mil.
A chefe do Departamento de Atenção Básica, Mariana Trazzi, afirma que os trabalhos educacionais desenvolvidos pela secretaria têm um impacto direto no serviço prestado pela rede de saúde municipal. "Esse treinamento é muito pertinente, porque vem de encontro a uma política do departamento que está remodelando a assistência ao recém-nascido, criança e adolescente dentro da Atenção Básica. Estamos começando um projeto de matriciadores pediatras para apoiar as unidades, que já conta com três profissionais, por exemplo."
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