Em meio às diversas denúncias sobre as presenças dos animais, a aba prometeu estar à disposição para qualquer dúvida da população / Igor De Paiva - Diário do Litoral
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Quem precisa se locomover pelo cruzamento entre a Avenida Conselheiro Nébias e a Rua Alexandre Herculano, no bairro Boqueirão, em Santos, tem que dividir a noite com uma espécie silvestre, conhecida como saruê. A população da região enviou denúncias à Reportagem do Diário do Litoral sobre a presença dos animais no antigo prédio do 16º Ciretran, unidade que prestava serviços ao Detran.
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Para Bianca Brodowsky, o encontro com os espécimes foi uma situação complicada. “Fiquei com um certo medo, até porque tem gente que fala por aí que eles atacam. Me preocupei com os outros animais que podiam passar por ali”, explicou.
Ela também confirmou que era comum ver gatos se escondendo da chuva ou assustados pelo barulho dos veículos que passavam pela localidade. Além disso, muitas pessoas colocavam comida para eles, pensando que estavam ajudando os felinos. “Eu mesma já coloquei ração e água, e como os potes ficaram vazios, achei que eram os gatos comendo, mas na verdade vi que eram eles”.
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Outros moradores da área também presenciaram atividade dos espécimes. De acordo com relatos, os animais foram vistos caminhando pela rua à procura de comida.
RESPOSTA.
Inicialmente, a Prefeitura de Santos afirmou, via email, que os animais são membros da fauna presente na área verde de encostas do Monte de Serrat. No entanto, a gestão municipal também confirmou que o prédio está na lista de edifícios tombados e que pertence ao Governo do Estado de São Paulo
A responsável pelo local em questão, a Coordenadoria de Patrimônio Imobiliário do Estado, informou que todos edifícios recebem reparos e visitas respeitando um intervalo de tempo definido por técnicos e especialistas da gestão. Desse modo, a inspeção está prevista para o final de Novembro.
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Em meio às diversas denúncias sobre as presenças dos animais, a aba prometeu estar à disposição para qualquer dúvida da população.
Confira a nota na íntegra:
“A Coordenadoria de Patrimônio Imobiliário do Estado, unidade vinculada à Secretaria de Gestão e Digital (SGGD), informa que realiza manutenções periódicas em imóveis públicos desocupados como este e que a próxima manutenção no referido local está prevista para acontecer até o final deste mês de novembro”.
SARUÊ.
Sendo considerado um ser onívoro, a dieta do saruê pode incluir raízes, vermes, insetos, anfíbios, lagartos, aves e serpentes. Em áreas urbanas, como a antiga sede do órgão que administra o trânsito, eles podem consumir sobras de alimentação humana e até animais domésticos.
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O ciclo de reprodução do animal é considerado curto. No intervalo de 365 dias, cada fêmea pode ter três gestações, que duram um total de duas semanas e pode resultar de quatro até 12 filhotes.
De modo geral, os saruês se adaptaram para produzir seus ninhos dentro de forros e de instalações de construção abandonadas. Já para os humanos, além da ameaça de possíveis mordidas, que podem transmitir o vírus da raiva, a urina e as fezes podem conter enfermidades.