SANTOS

Em abertura de Mausoléu, Edinho diz que luta para assumir marca de Pelé

Segundo Edinho, a intenção da família de Pelé é fazer com que o novo espaço seja aproveitado não somente para visitação pública, mas como parte de um elaborado roteiro turístico no município

KLAUS RICHMOND - FOLHAPRESS

Publicado em 15/05/2023 às 16:54

Atualizado em 15/05/2023 às 21:50

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Edinho busca investidores para retomar os negócios do Rei do futebol / Zanone Fraissat/Folhapress

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Um dos sete filhos de Pelé, o ex-goleiro Edinho disse nesta segunda-feira (15) que busca investidores para assumir a marca do Rei do futebol, atualmente controlada pelo escritório Sports 10 e gerida pelo empresário americano Joe Fraga.

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A fala foi dada durante a abertura para visitação pública do mausoléu onde está o corpo do Rei do futebol, no cemitério vertical Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, no litoral paulista.

"Hoje busco reunir investidores para estar à frente de novo da marca. É uma coisa até simples em termos de conceito, mas é um desafio porque há valores muito altos", disse.

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"Esse é o meu desafio pessoal, o meu sonho. Quero poder realmente representá-lo em todos os sentidos. Não somente como familiar, mas profissionalmente, também. Hoje sou o principal canal para busca de informação, de qualquer interesse com relação a marca. Seria incrível para mim, para a família. Ninguém no mundo teria condições de perpetuar a marca, o legado, como eu. Esse, realmente, é um desafio que tenho que encarar", completou.

Segundo Edinho, a intenção da família de Pelé é fazer com que o novo espaço seja aproveitado não somente para visitação pública, mas como parte de um elaborado roteiro turístico no município.

"De fato eu tenho um sonho de poder realmente criar um projeto que vá gerar uma experiência, junto com a secretaria de turismo da cidade, com o Santos Futebol Clube. Criar uma experiência com pontos marcantes da trajetória da vida dele e, claro, no final dessa experiência passar por aqui e despedir dele", explicou.

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A sugestão de familiares do Rei é para que a experiência envolvendo o mausoléu seja estendida à Vila Belmiro e ao Memorial das Conquistas, que pertencem ao Santos, ao Museu Pelé, administrado pela prefeitura local, e outros pontos históricos que fizeram parte da vida do ex-jogador, morto no último dia 29 de dezembro. A missão, contudo, esbarra em negociações com a Sports 10.

"A questão da marca que faz parte desse processo e preciso entender como isso pode funcionar. Mas tenho esse desejo, é digno, é merecido e tem um apelo muito grande. O mundo inteiro, com certeza, vai poder aproveitar. Tem que valer a pena vir até aqui. Não só vir [ao memorial], visitar, mas ter uma experiência do que foi a vida dele. Isso pode ser uma coisa muito linda", explicou Edinho.

"O Joe Fraga é um operador, não é o proprietário. E, sem dúvida, estamos em contato sempre. É uma relação saudável, profissional, mas o meu desejo é que isso possa evoluir da forma que eu idealizo", acrescentou.

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Fraga conheceu Pelé no lançamento do novo Cosmos, em 2002. Desde 2017, cuida pessoalmente de todos os negócios envolvendo a imagem dele.

TORCIDA NO MAUSOLÉU

O mausoléu foi aberto no início da tarde, primeiramente, para integrantes de uma das organizadas do Santos prestarem homenagens. Depois, jornalistas tiveram acesso pela primeira vez ao local.

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A partir das 14h, cerca 30 visitantes que realizaram cadastro prévio também puderam prestar homenagens ao Rei do futebol. Os dois primeiros foram um casal de moradores de Santos: a analista jurídica Erika Taboada, 42, e o empresário Ronaldo Rodrigues, 44.

"Na hora que abriu já entramos no site, mas não sabíamos que seríamos os pioneiros, os primeiros a ter essa honra", afirmou Rodrigues, que confessou ter escapado do trabalho para conseguir realizar a visita.

CARRO DO GOL MIL

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Além do acesso ao mausoléu, a administração do cemitério também colocou em exposição fixa no andar térreo um carro que se tornou xodó do Rei: uma Mercedes-Benz S-280, entregue a ele pela montadora alemã em 1974.

O carro é um presente por aquele que é festejado como o milésimo gol de sua carreira, marcado na vitória por 2 a 1 sobre o Vasco, em 19 de novembro de 1969, no estádio do Maracanã, no Rio de janeiro.

A Mercedes-Benz entregou em 1969 o modelo 250 W 114, mas cinco anos depois trocou por outro modelo, novo, o S-280. Pelé chegou a vender o carro, recuperado com peças originais pela montadora, blindado e devolvido a ele em 2004. O veículo passou por 18 donos diferentes.

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O mausoléu de 200 m² foi projetado em 18 de dezembro de 2018 pelo empresário argentino José Salomon Altstut, conhecido como Pepe Altstut, para homenagear o amigo após a morte.

Ele recorreu ao artista plástico espanhol Hugo Garcia para antecipar uma despedida a altura do Rei --que aprovou a ideia. O espaço acabou de ser montado em 2020 e, posteriormente, trancado a sete chaves.

O mausoléu conta com duas estátuas que medem 1,73 m -altura de Pelé- e pesam 130 quilos, esculpidas em latão por Garcia. O piso é todo coberto por um gramado sintético, que simula um campo de futebol, e há imagens de torcedores nas paredes.

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O túmulo é revestido por placas com alumínio dourado espelhado e quatro painéis confeccionados por Garcia com uma mistura de fibra de vidro e pó de bronze. Dois retratam um gol de Pelé, e outros dois, a famosa comemoração com soco no ar.

Nos quatro cantos do túmulo, do mesmo material, há cantoneiras. Elas possuem diversas formas: começam com o planeta Terra no topo, e há detalhes como a taça Jules Rimet, uma coroa e uma camisa com o número dez. Terminam sobre uma bola de futebol.

Além delas, há um céu reproduzido acima e acabamentos em mármore de Carrara. Dentro do mausoléu, há uma camisa da seleção brasileira e outra do Santos.

A visitação será feita de segunda à sexta-feira, em dois períodos: das 9h às 12h, no período da manhã, e das 14h às 18h, com trinta pessoas em cada período. Não há cobrança de valores.

A Folha de S.Paulo apurou que foi contratada uma equipe de segurança para cuidar diariamente do acesso ao local.

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