SANTOS

Consultório na Rua leva atendimento à saúde, diálogo e uma nova perspectiva em Santos

Ao longo do dia, diversos pontos foram visitados

Da Reportagem

Publicado em 31/03/2023 às 19:07

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Mais de 300 pessoas são abordadas todo mês nas ruas de Santos. / Fotos: Nathalia Filipe/PMS

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Assistência à saúde em vias públicas para quem dificilmente vai a uma unidade de saúde. Este é o foco do trabalho do Consultório na Rua (CnaR), que atende pessoas em situação de alta vulnerabilidade em toda a cidade de Santos.  O atendimento, que nesta quinta-feira (30) foi realizado no Centro, pode ter caráter preventivo, de diagnóstico ou de tratamento. Por mês, são mais de 300 pessoas abordadas. 

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Ao longo do dia, diversos pontos foram visitados. No meio da manhã, o veículo com a equipe multidisciplinar estacionou na Praça José Bonifácio. Alexsandro Palhares Lima, 44 anos, foi um dos primeiros a receber a atenção dos profissionais. Teve a pressão aferida e fez teste de glicemia. “Há muito tempo não fazia exames de saúde. O atendimento foi excelente”.

Mayson Pereira Santos, 25 anos, também se sentiu valorizado ao receber atenção do CnaR. “Esse atendimento ajuda muito a gente. Há uns dois anos que não fazia nenhum exame. Também estou sem documento. Fica difícil”.

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Os dois também receberam orientações sobre o atendimento destinado a quem faz uso abusivo de substâncias psicoativas, que é realizado pelo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), na Rua Silva Jardim, 354. Sempre que a equipe identifica um paciente que faz uso dessas substâncias, realiza um trabalho de sensibilização e orientação para levar a pessoa até o Caps ou que pense a respeito e busque ajuda no futuro.

“Temos um atendimento multidisciplinar no Caps, com médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistente social, tudo isso para dar assistência a esta população. A gente sempre vê se esse paciente tem o desejo de sair da rua. Não pode ser obrigatório. Nada pode ser compulsório, de acordo com a lei vigente”, informa o secretário de Saúde de Santos, Adriano Catapreta.

A busca por melhores condições, longe das ruas, faz parte do trabalho da equipe, reforça o secretário. “Nosso trabalho é dar assistência à saúde física, mental e social, sensibilizando esse paciente, tentando convencê-lo que ele pode ter uma vida melhor, que a gente pode buscar reinseri-lo na sociedade. A Prefeitura está intensificando muito este trabalho com o objetivo de melhorar a vida dessas pessoas e de toda a sociedade”, diz Catapreta.

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Qualquer pessoa em sofrimento que faça uso abusivo de drogas pode ter acompanhamento no Caps AD, que funciona de segunda a sexta, das 8 às 18h. Não há necessidade de agendamento. Aliás, há novidades. Em breve, a unidade será transferida para a Rua Monsenhor de Paula Rodrigues. "Nos primeiros meses, o atendimento será ambulatorial. Mas, até o final deste ano, vai se transformar em um Caps 24 horas, com leitos de hospitalidade integral para os pacientes que necessitarem”, acrescenta Catapreta.

Há ainda mais uma novidade. A Prefeitura vai implementar um departamento exclusivo para saúde mental. "O objetivo é dar mais qualidade, melhorar os nossos ambientes e a assistência à população”, avisa o secretário.

TRANSPORTE

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Quando é necessário, a van que leva a equipe a todos os pontos de Santos se transforma em local de atendimento ou mesmo de transporte para quem precisa ser levado para uma policlínica de referência da via pública em que a pessoa se encontra. Se a policlínica encaminhar para uma unidade especializada, o agendamento e transporte do paciente também são providenciados pelo CnaR.

“O Consultório na Rua faz atendimentos no local onde a pessoa está. Pode fazer um curativo, por exemplo. Na nossa van, podemos aplicar vacinas e fazer testes rápidos de HIV e outras sorologias. A equipe pode ainda levar o paciente para fazer teste de escarro para verificar se não está com tuberculose. Enfim, é feito atendimento no local e, quando precisa, há o encaminhamento dos pacientes”, explica o secretário de Saúde. 

SALTO

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Somente este ano, os profissionais do consultório na rua já realizaram mais de 2.500 procedimentos em suas abordagens. Somente entre janeiro e fevereiro, foram 2.171 contra 135 feitos no mesmo período no ano passado, uma alta de 1.508%. O aumento se deve à reformulação no programa, que contou, por exemplo, com ampliação da equipe.

O chefe do Consultório na Rua, Aparecido Junior, conta que o trabalho da equipe é bem aceito. Mas para gerar um vínculo demora um pouco, às vezes, alguns meses. 

“Para eles aceitarem, a gente tem que conversar. Depois, entrar no atendimento à saúde e no social. Aí pode haver a possibilidade ou não de eles buscarem ajuda no Caps. Já tivemos dois casos de pessoas que voltaram para suas famílias. Um de São Paulo e outro do Mato Grosso do Sul. Foi um atendimento que envolveu o Consultório na Rua, a Unidade Básica e Caps. Fico muito grato quando isso acontece. Não tenho palavras para expressar minha felicidade”, diz Aparecido.

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