Pelé foi sepultado em Santos após velório de 24 horas / Francisco Arrais / Prefeitura de Santos
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Foi ao som de sirenes, palmas e com lágrimas. Assim se deu o cortejo de quase quatro horas de Pelé, que começou na Vila Belmiro e terminou no lugar de descanso final do Rei do Futebol. Foi desta maneira que Edson Arantes do Nascimento se despediu de admiradores e eternizou para sempre sua figura de monarca máximo do esporte: com uma última e triunfal volta olímpica.
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O velório, como já havia sido anunciado nos dias anteriores, terminou pontualmente às 10h desta terça-feira (3), após permanecer aberto ao público por 24 horas e receber figuras importantes do Brasil, como o Presidente Lula, e do mundo, como Gianni Infantino, figura máxima da Fifa. Pouco depois, por volta de 10h20, o carro do Corpo de Bombeiros que levou o corpo de Pelé começou a fazer seu trajeto pelas ruas de Santos.
Nas ruas ao redor da Vila Belmiro, milhares de pessoas aguardavam o início da caminhada final do rei. Assim que deixou o estádio do Peixe, o carro, e todos seus seguidores, começaram a caminhada que rapidamente chegou à Avenida Bernardino de Campos, o canal 2.
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Ao som de palmas, gritos da torcida santista e reverências a Pelé, centenas de pessoas saíram às janelas de seus apartamentos para observar o cortejo, mandar beijos e compartilhar as lágrimas com aqueles que tomaram as ruas da maior cidade da Baixada Santista.
Em alguns pontos, pétalas de rosas foram jogadas em direção ao caminhão do Corpo de Bombeiros que passou o tempo todo com as sirenes ligadas para avisar os moradores que sua majestade estava fazendo sua última aparição pública.
A segurança foi feita por veículos da Polícia Civil e Polícia Militar com apoio de agentes de diversas forças do município de Santos. Algumas integrantes de torcidas organizadas do Alvinegro Praiano também acompanharam todo o trajeto, sempre próximos às laterais dos carros oficiais.
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Após seguir pela Avenida Bernardino de Campos, o cortejo seguiu pela avenida da praia, momento no qual o público lotou as calçadas de ambos os lados. Após alguns quilômetros, o carro do Corpo de Bombeiros se deslocou até a Avenida Coronel Joaquim Montenegro, o canal 6, antes de parar na frente da casa de 'Dona' Celeste, mãe de Pelé, e permaneceu no local por alguns minutos.
Neste momento, torcedores de todos os times, alguns uniformizados, se reuniram em uma prece em homenagem ao rei. Após o cortejo seguir seu trajeto de volta à avenida da praia, uma salva de palmas foi concedida em direção à casa da mãe do Rei do Futebol.
O trajeto de volta foi mais rápido do que esperado e, aproximadamente uma hora após deixar sua única parada programada, o cortejo já estava de volta à região da Vila Belmiro. Depois de fazer a última passagem pela região do estádio, o Corpo de Bombeiros passou também pelo Úlrico Mursa, casa da Portuguesa Santista, e levou o corpo de Pelé ao Cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, morada final do maior jogador de todos os tempos.
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Como se para fazer uma última homenagem pessoal ao Rei, os céus passaram a derramar suas próprias lágrimas e a chuva discreta, sem deixar ninguém encharcado, chegou durante os últimos metros de cortejo, deixando para os mais românticos, a tese de que a natureza não queria atrapalhar as homenagens ao camisa 10, mas não se aguentou no fim da última celebração. Edson Arantes do Nascimento, morto aos 82 anos de idade, havia terminado sua caminhada, mas Pelé seguiria correndo solto pelo imaginário de um planeta inteiro que parou para ver a última volta olímpica do Rei na cidade onde ele fez a história que mudou o mundo. (LG Rodrigues)
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