Obra do coliseu levou mais de 10 anos para ser entregue. / ARQUIVO DIARIO DO LITORAL
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Mais de R$ 27 milhões. Esse foi o valor investido - e do qual a prefeitura de Santos tem registro ao longo dos anos - para completar a reforma e efetuar eventuais reparos na estrutura do Teatro Coliseu na última década e meia. Colocado lado a lado com os anos de história do equipamento desde que ele foi reinaugurado, os investimentos chegam a um valor de R$ 1,8 milhão por ano.
A trajetória das reformas do Teatro Coliseu pode ser acompanhada por meio dos próprios artigos publicados pelo site da Prefeitura de Santos e começa ainda em 29 de abril de 2002, durante a gestão do então prefeito Beto Mansur. À época, a Administração Municipal divulgou a assinatura de um convênio no valor de R$ 7.783.000,00 para as obras de restauro do prédio. Os recursos foram provenientes do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade) e a reforma deveria ser entregue em dezembro do mesmo ano.
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A data foi alterada posteriormente e no dia 24 de junho de 2003 o prefeito e seu então secretário de Estado de Ciências, Tecnologia e Turismo, João Carlos Meireles, anunciaram que o Teatro Coliseu deveria ser entregue no aniversário da Cidade, em 26 de janeiro de 2004. Devido a um novo convênio junto ao Dade, o valor da reforma subiu para R$ 8.483.000,00.
Em 14 de abril de 2004, ainda durante a gestão de Beto Mansur, o ex-governador Geraldo Alckmin assinou convênios de verbas provenientes do Dade, referentes ao ano de 2003, num total da ordem de R$ 86,7 milhões, destinados a 65 estâncias turísticas. Do montante, R$ 11.264.990,05 foram destinados a projetos da Prefeitura de Santos, entre eles, o de restauração do Teatro Coliseu, que recebeu o repasse de R$ 4 milhões para o término das obras e que é referente a uma parcela anunciada em 2003.
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Após determinado tempo paradas, as obras foram retomadas de forma oficial no dia 18 de abril de 2005, já durante a gestão de João Paulo Tavares Papa. Em artigo publicado novamente pelo portal da prefeitura, é divulgada a quantia de R$ 19 milhões como o total investido na recuperação do imóvel histórico. A reabertura do Coliseu só foi realizada em caráter oficial no dia 25 de janeiro de 2006, mais de três anos após o que foi prometido pela gestão de Mansur.
Desde então, o equipamento passou por um fechamento em 5 de abril de 2013 para manutenção preventiva e o teatro recebeu investimento de R$ 2 milhões em mão-de-obra e equipamentos em um convênio com os consórcios Franz Construtora/Odebrecht e Inaplan/Grupo Mendes.
E o mais recente investimento foi anunciado neste mês, quando Paulo Alexandre Barbosa assinou um novo convênio com o Dade para uma reforma geral do Teatro Coliseu. A verba de R$ 6.311.377,86 deverá ser destinada ao restauro das fachadas do prédio.
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Com gastos de mais de R$ 27 milhões registrados desde 2002, o Diário do Litoral contatou a Administração Municipal para tentar descobrir se o equipamento é 'autossustentável'. A gestão argumentou que "por tratar-se de um espaço público, o Teatro Coliseu não tem fins lucrativos. Mesmo assim, é inegável o lucro social, histórico e artístico que a revitalização de uma das mais emblemáticas casas de espetáculos da Cidade traz para população, não apenas de Santos, mais de toda região".
A prefeitura ainda confirma que a média histórica do Teatro Coliseu está na casa dos 50 mil espectadores ano, sendo que em 2018 o local bateu seu recorde de público: 60 mil pessoas. O valor arrecadado em taxas, não apenas no Coliseu, mas também nos outros teatros públicos de Santos, é destinado para o Fundo Municipal de Assistência à Cultura (Facult), que, entre outras coisas, é utilizado para o financiamento de produções artísticas da cidade, por meio do Concurso de Apoio a Projetos Culturais, que neste ano distribuiu R$ 450 mil para os 30 projetos contemplados. O montante é 25% maior em comparação a 2018. Nas oito edições do Concurso de Apoio a Projetos Culturais foram liberados R$ 3.020.000.