CIAMP
Representantes de vários setores públicos, trabalhadores e entidades que atendem a população em situação de rua poderão pensar sobre quais políticas devem ser adotadas para assistir o segmento
Em virtude da crise econômica dos últimos anos, aumentou muito o número de pessoas em situação de rua na Baixada / Nair Bueno/ DL
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Hoje, Dia Nacional da Memória e Luta da População em Situação de Rua, será formado, na Vila Criativa - praça Rui Ribeiro Couto s/n (região do Mercado Municipal), o primeiro Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política da População em Situação de Rua - CIAMP de Rua.
Nele, representantes de vários setores públicos (saúde, assistência social, educação, e outros); trabalhadores (as) e entidades que atendem a população em situação de rua e população em geral poderão questionar, pedir, pressionar e ajudar a pensar sobre quais os rumos seguir e quais políticas públicas devem ser adotadas para assistir o segmento.
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"A única maneira de sermos ouvidos pra defender de verdade os direitos e a vida da população em situação de rua é estarmos juntos e organizados com os mesmos objetivos, ocupando os espaços de poder e de decisão. As vozes da rua precisam ser ouvidas", lembra a coordena na Baixada Santista o Movimento Nacional de Luta em Defesa da População em Situação de Rua, Laura Dias.
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Além do CIAMP de Rua, várias atividades ocorrem entre 10 e 20 horas. Informações pelo [email protected]. O Massacre da Sé, por exemplo, será um dos temas em debate. A chacina ocorreu entre 19 e 22 de agosto de 2004, na qual sete pessoas em situação de rua foram assassinadas com golpes na cabeça enquanto dormiam na praça da Sé. Outras oito ficaram feridas.
Exames de corpo de delito e de óbito revelaram que as pancadas foram "tecnicamente perfeitas", não possibilitando nenhuma defesa, sendo que a maioria das vítimas recebeu um único golpe. Segundo estes exames, a arma utilizada foi um porrete de forma cilíndrica de ponta arredondada e não metálica para não causar perfuração.
Objeto aparentemente muito próximo ao "cacetete", utilizado diariamente por policiais militares e guardas-civis metropolitanos. Cinco policiais e um segurança foram considerados suspeitos, dois indiciados e apenas um deles foi condenado.
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Três dias depois, um novo ataque, cheio de semelhanças, ocorreu e então, entidades da sociedade civil, movimentos sociais, igrejas, a imprensa no Brasil e no mundo passaram a pressionar o Estado por esclarecimentos.
Dezoito anos depois ainda não há respostas e o que se vê é que o massacre nunca terminou. Todos os dias pessoas em situação de rua morrem pela violência ou pela negligência do Estado e da sociedade.
"É importante lembrar que da mesma violência geradora de dor, luto, impunidade e desamparo do poder público, nasceu a mobilização necessária para consolidar uma luta de décadas e oficialmente fundar o Movimento Nacional de População de Rua (MNPR), que passa a demarcar no dia 19 de agosto o Dia Nacional de Memória e Luta da População em Situação de Rua", informam os organizadores.
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