Santos
Segunda e última discussão acontece no mesmo dia em que suspensão do repasse ao IprevSantos é aprovada pelos parlamentares
Aprovação do projeto no mesmo dia da suspensão de repasse ao IprevSantos gerou manifestação / Isabela Carrari / Prefeitura Municipal de Santos
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A segunda discussão do projeto de lei complementar 19/2020, que prevê autorizar isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU, dos imóveis nos quais sediado o equipamento público denominado 'Centro de Atividades Turísticas - CAT' foi encerrada com a aprovação do texto. O PL deverá voltar às mãos do prefeito Paulo Alexandre Barbosa nas próximas semanas para eventual sanção.
O fato do projeto que prevê conceder benefício à iniciativa privada ter sido aprovado no mesmo dia em que o funcionalismo público observou a suspensão do repasse ao IprevSantos gerou discussão durante a sessão ordinária, embora menos acalorada.
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"Eu já expus os motivos pelo qual vou votar contra este projeto. Entendo que estamos tendo um problema grave de prioridade. Por mais que estejam dizendo que é um incentivo, essa isenção têm que ser dadas a alguém que tem necessidade e não apenas alguém que vá obter lucro em um empreendimento neste tipo. Sabemos que a primeira licitação ficou deserta, mas é inadequado, um momento inoportuno. Estas prioridades do Executivo estão desencontradas", afirmou Telma de Souza.
Assim como a petista, o vereador Antonio Carlos Joaquim Banha acompanhou a temática e ironizou o fato de que o Governo Municipal iria isentar a eventual empresa de grande porte que assumir o local, mas não outros empreendimentos privados que atuam na cidade.
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"Realmente este novo mundo tem nos deixado atordoados. Vamos votar nesta isenção desde que o líder do governo ligue agora para o prefeito e isente todo mundo, comerciante, ambulante. Não dá para isentar um só, vamos isentar aqueles que foram prejudicados, não dá para isentar só um elefante branco. Que se planejasse melhor e nós vamos ver isso lá na frente. Tem muita gente de olho", afirmou o parlamentar.
Defensor de que a iniciativa privada assuma o novo prédio, ao mesmo tempo em que criticou a maneira com a qual e o local onde o empreendimento foi erguido, o vereador Fabricio Cardoso foi a favor da isenção do IPTU ao CAT e afirmou que a Arena Santos e o Coliseu também poderiam seguir o caminho da nova edificação e sejam repassados ao empresariado.
"Este é outro tema que tivemos todo o tempo para sentar e analisar. Quanto a gente fala do CAT e outros falaram, em outras oportunidades, não dá para ter uma cidade turística sem um centro de convenções, o Rio de Janeiro o fez, outras cidades o fizeram, e neste novo mundo os profissionais da cultura, do lazer, foram os primeiros a serem interrompidos e serão os últimos a voltar. Que quero dizer com isso? Isso precisa ser levado para a iniciativa privada porque têm expertise, sabemm gerenciar e não é verdade que o município não irá ganhar nada, porque se deixa de ganhar aqui para ganhar ali com geração de empregos, turismo e até a hotelaria", afirmou Adilson Junior, vereador da base do Governo.
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Os apoiadores do prefeito Paulo Alexandre Barbosa argumentam que a receita provinda do IPTU do CAT é inexistente no momento, uma vez que a estrutura ainda está em obras e nem ao menos há alguma empresa interessada em administrar o local, e, por isso, não há prejuízo acertado, uma vez que o município jamais recebeu qualquer tipo de verba provinda do equipamento em questão. O CAT deverá ter uma área com tamanho propício para a realização de apresentações culturais como shows e outras atividades.
Em votação, o projeto de lei foi aprovado em segunda discussão por 14 votos a 5. Votaram contra os vereadores: Antonio Carlos Joaquim Banha, Audrey Kleys, Chico Nogueira, Sadao Nakai, Telma de Souza.
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