Santos

Arquiteto lamenta condição de 'miséria' dos prédios do Escolástica Rosa

Segundo Gustavo de Araújo Nunes, o conjunto arquitetônico foi entregue de volta à sua legítima proprietária, a Santa Casa de Santos, em condição de "miséria absoluta"

Nilson Regalado

Publicado em 22/04/2024 às 07:35

Atualizado em 22/04/2024 às 12:35

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Gustavo de Araújo Nunes lamenta o estado de 'abandono' e de 'degradação em todos os níveis' do Escolástica Rosa / Diário do Litoral

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Especialista na restauração de construções históricas tombadas, Gustavo de Araújo Nunes lamenta o estado de “abandono” e de “degradação em todos os níveis” após a debandada do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (Ceeteps). Ligado à Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, o Ceeteps saiu do conjunto, em agosto de 2019. Segundo o arquiteto, que tem memórias afetivas gravadas desde a infância no Escolástica Rosa, o conjunto arquitetônico foi entregue de volta à sua legítima proprietária, a Santa Casa de Santos, em condição de “miséria absoluta”.

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A relação entre o Estado e a Santa Casa, herdeira de João Octávio dos Santos no complexo educacional e em outros imóveis espalhados por Santos, terminou de maneira traumática. Mas, o arquiteto acredita que há solução para o Escolástica Rosa: “Vamos retomar toda a originalidade do prédio”. Para isso, será necessário o investimento de R$ 50 milhões.

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O projeto prevê a remoção de todos os “elementos espúrios” da antiga chácara de João Octávio. Ou seja, a proposta é remover tudo que foi acrescentado ao projeto original ao longo das décadas seguintes à inauguração do imóvel, em 1º de janeiro de 1908.

E essa relação inclui muros e colunas que impedem a livre circulação pelo conjunto arquitetônico e, até, a quadra de esportes ao lado do muro com a Igreja do Sagrado Coração de Jesus.

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A ideia é dotar os prédios restaurados de áreas para atividades culturais e educacionais, aliadas a espaços comerciais capazes de garantir a sustentabilidade econômica do conjunto.

Falta de recusos e silêncio

Porém, o início das obras esbarra na falta de recursos, que podem ser obtidos por meio de doações de empresas e incentivos fiscais como a Lei Rouanet, ou através de repasses de verbas municipais, estaduais e federais ou por meio de emendas parlamentares dos deputados estaduais e federais.

O Diário do Litoral procurou durante uma semana o atual locatário do conjunto arquitetônico, o Núcleo de Pesquisa e Estudo (Nupec). Mas, nenhum pedido de entrevista foi aceito pelo arqueólogo Manoel Gonzalez, responsável pela entidade. Gonzalez também responde pela Totum Urbs Investimentos.

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O provedor da Santa Casa de Misericórdia de Santos, Ariovaldo Feliciano, também foi procurado pela reportagem. E chegou a agendar uma entrevista para a última sexta-feira. Mas, o encontro acabou desmarcado devido a um “imprevisto”. A Assessoria de Comunicação da Santa Casa prometeu “reagendar” a entrevista.

Até 2019, o conjunto arquitetônico do Escolástica Rosa abrigou uma Escola Técnica (ETEC) e o campus Rubens Lara da Faculdade de Tecnologia (Fatec), ambas administradas pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, responsável por outras 219 ETECs e por 65 Fatecs espalhadas por todas as regiões do Estado.

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