Maria Cristina Barbosa defende ampla discussão com a sociedade e análise de projetos . / Paolo Perillo/DL
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Santos possui outros projetos para o Terminal Público de Pesqueiro de Santos (TPPS) além do que foi apresentado, sem consulta pública e discussão aberta na Câmara de Vereadores, pela Prefeitura de Santos. Um deles é da arquiteta Maria Cristina Rinaldi Barbosa, detalhado em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), intitulado ‘Complexo Pesqueiro Turístico Santista’, que foi dividido em três áreas: operacional do TPPS, comércio de pescados e cultural, turística gastronômica e recreativa contemplativa. A proposta é baseada em tendências internacionais europeias.
Segundo Maria Cristina Barbosa, as áreas são distintas, porém, complementares. Ao todo, seriam 23 espaços, entre eles três praças: da Baleia, das Garças e do Deck, esse último de contemplação do mar. Também prevê uma marquise para atividades que precisam ser protegidas da ação do tempo.
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A arquiteta revela que o projeto engloba escola de gastronomia com salas multiuso, café e lanchonete; área para exposições; marcado; 24 boxes; recepção e ambientes administrativos e funcionais. Também uma marina, área de convívio e descanso, ciclovia e estacionamento de bicicletas, caminhões e outros veículos, inclusive para carga e descarga.
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Complexo Pesqueiro Turístico Santista seria composto por 23 equipamentos e possui aval do MP. (Arquivo Pessoal)
Ainda conforme Maria Cristina Barbosa, haveria um galpão para seleção e processamento de pescado, uma fábrica de gelo, estaleiro, posto de abastecimento, píer para pesca artesanal e embarcações de pequeno porte e outro para a pesca industrial, passarela panorâmica e mirante. Ela acredita que um centro de convenções não precisa estar na última área que é o último ‘respiro’ entre o porto e a cidade.
“A proposta contempla moradores, turistas, trabalhadores e empresários que vivem da pesca. Precisamos de um terminal pesqueiro ativo que gere produtos frescos e com qualidade que, ao mesmo tempo, proporcione lazer e cultura à população. A intenção do projeto é aproveitar o entorno da área do TPPS, reativar a pesca santista e reinseri-la à economia regional”, afirma a arquiteta, que alerta que o santista terá que escolher entre um grande parque que alia lazer, cultura, comércio e gastronomia, integrando porto e cidade, ou um simples centro de convenções que, na verdade, será pouco usado e ainda irá obstruir a visão do mar.
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A arquiteta finaliza revelando que a sua proposta já foi apresentada ao Ministério Público do Meio Ambiente, que viu a proposta com ‘bons olhos’. “O promotor me disse que deveria apresentar o projeto à Prefeitura de Santos. No entanto, dias depois, descobri que, sem muito alarde, a Administração apresenta uma proposta para a Ponta da Praia que, ao meu ver, é equivocada. Além de arquiteta, sou filha de pescador. Não ter um pesqueiro público na área é muito ruim. Não estou dizendo que meu projeto é o melhor, mas que a Prefeitura deveria abrir uma discussão pública e receber propostas e projetos”, finaliza.
O centro de convenções, proposto pela Prefeitura, será bancado pela iniciativa privada, num investimento de R$ 40 milhões de um total de R$ 130 milhões.