Rogério Aparecido Pereira dos Santos é vinculado a vários conselhos municipais e entidades ligadas à Direitos Humanos / Nair Bueno/DL
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Por considerar suposto crime militar, a Promotoria de Justiça de Santos encaminhou para investigação, à Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo, o caso do cadeirante Rogério Aparecido Pereira dos Santos, que foi agredido por um policial militar na orla de Santos, no início do ano. O Diário publicou com exclusividade o caso em 27 de janeiro.
Santos é vinculado a vários conselhos municipais e entidades ligadas a Direitos Humanos, como o Movimento Nacional de Luta e Defesa da População em Situação de Rua. Ele é assistido por um dos abrigos da Prefeitura.
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Na madrugada do dia 16 de janeiro, Rogério Santos resolveu passar a madrugada no calçadão do Boqueirão quando foi abordado pelo policial militar que pediu seus documentos mas, antes, perguntou se Santos teria alguma passagem policial.
"Eu disse que sim e ele me perguntou se eu fazia parte de alguma facção. Eu disse que não e que nada teria a ver comigo. Aí passei a ser xingado e, quando eu falei que conhecia meus direitos e que seria integrante de conselhos e outros órgãos, ele me deu o primeiro tapa. Os demais (dois) vieram sequencialmente, principalmente quando eu disse que, por pagar impostos, eu estava pagando o salário dele e isso não dava o direito de ele me agredir sem motivo", narra, alertando que o outro policial nada fez e que pediu ajuda para uma guarda municipal, que teria registrado o ocorrido.
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Na época da agressão, a coordenadora do Movimento Nacional de Luta e Defesa da População em Situação de Rua e diretora do Jornal Vozes da Rua, Laureci Elias Dias, a Laura Dias, disse à Reportagem que agressão a vulneráveis eram rotina na ação dos policiais na então Operação Verão. Antes, um outro vulnerável tinha sido agredido em São Vicente.
O rapaz participava do Fórum PopRua Baixada Santista, no Espaço Multicultural de São Vicente, na praça 22 de Janeiro, próximo à Biquinha. O caso foi registrado na Delegacia Sede do Município e a Corregedoria da Polícia foi comunicada.
O Fórum fomentava apoio e reinserção produtiva da pessoa em situação de rua e, por isso, reuniu não só pessoas vulneráveis mas também técnicos de diversas prefeituras da Baixada Santista.
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No momento em que ele foi buscar outros vulneráveis para ter acesso ao lanche que estava sendo distribuído, policiais militares o abordaram.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) já se manifestou sobre os dois casos, revelando que não havia localizado registros com as informações enviadas pela Reportagem e que Corregedoria estaria disposição para a formalização de denúncias sobre agressões.