Acolhidos do Inverno / FOTOS RAIMUNDO ROSA
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Solidariedade em forma de pizza. Este foi o cardápio servido na noite de quarta-feira (3) no abrigo Casa Inverno de Santos para 45 pessoas em situação de rua acolhidas na unidade. A iniciativa foi de um grupo de estudantes da Faculdade de Medicina do Centro Universitário Lusíada (Unilus).
O evento especial foi uma surpresa preparada com muito carinho, com direito a decoração nas mesas e, claro, 36 pizzas de recheios diversos como frango com catupiry, mussarela, portuguesa e calabresa. Para acompanhar, foi servido ainda refrigerante à vontade.
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Gilson não tinha palavras para a realidade diante dos olhos. Ele perdeu o emprego há três meses e, sem dinheiro, teve que deixar a moradia de aluguel para viver nas ruas de São Paulo. Há dois dias chegou a Santos e buscou abrigo na Casa Inverno. A mesa farta o deixou admirado e inspirado para recomeçar a busca por uma recolocação no mercado de trabalho e por um novo capítulo em sua história.
"Trabalho com Logística há 27 anos, vim para procurar alguma coisa no Porto. Cheguei e já participei desta iniciativa. Achei ótimo. Pelos lugares que passei, ainda não tinha visto algo assim. Sem contar que o abrigo aqui é um lugar muito bem cuidado, muito bom".
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Para a assistente social e coordenadora de atenção social à população em situação de rua, Miriam Aparecida de Araújo, a contribuição destinada ao abrigo Casa Inverno foi mais que bem-vinda. "A gente percebe que alguns deles até se emocionam olhando para o prato porque não têm condições financeiras de comprar uma pizza. Então, é gratificante ver. Traz sempre uma lembrança boa para eles".
CORRENTE DO BEM
Coordenadora do projeto, Juliana Pereira Lin, conta que a corrente do bem realizada na Casa Inverno atinge um número ainda maior de pessoas. Todos os anos, os estudantes revendem, de forma simbólica, pizzas para amigos e parentes. Mas, na verdade, as iguarias são destinadas a ações solidárias em Santos.
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Além disso, com o dinheiro obtido, eles custeiam uma viagem para aldeias indígenas no Mato Grosso. É o Projeto Acadêmico de Assistência aos Povos Indígenas (Paapi), que nasceu em 2009, por meio da iniciativa de acadêmicos do Grupo de Medicina da Família e Comunidade (Gmfc), e visa à interação entre alunos e comunidade em todos os níveis de atendimento.
O projeto atua em três frentes: assistência básica à saúde, coleta de dados para orientar novas visitas e palestras sobre medicina preventiva à comunidade, conta Juliana. "A gente faz uma expedição em janeiro para ajudar aldeias indígenas. Vamos passando de casa em casa para fazer exames físicos. É um aprendizado e uma forma de contribuir com a sociedade".
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