Há tempos que obras ameaçam famílias na Vila Alemoa / Nair Bueno/DL
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Uma informação extraoficial de um projeto ainda de gabinete, envolvendo Prefeitura de Santos e uma empresa de logística portuária, poderá acarretar no despejo de cerca de 400 famílias - 1.600 pessoas, incluindo crianças, da Travessa São Jorge, na Vila Alemoa. A ideia é, cada vez mais, transformar o bairro em uma zona comercial, beneficiando empresas que operam no Porto de Santos.
Conforme repassado à Reportagem, já existiria até um documento formal, assinado pela prefeitura de Santos e pela empresa, que já teria reservado R$ 2 milhões para auxiliar na remoção dos moradores, mas a data ainda não foi definida, apesar de uma nova vistoria ter sido realizada na última segunda-feira (27).
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Outra informação: a Prefeitura estaria já adiantando, via Companhia de Habitação da Baixada Santista, a Cohab-Santista, o repasse de 100 apartamentos para abrigar parte dos despejados. No entanto, faltariam mais 300 imóveis e isso estaria trazendo desconfiança à comunidade que já foi comunicada e ameaça protestos.
A ordem é que nada vazasse à Imprensa, pois além do impacto social, a iniciativa iria provocar resultado negativo junto à opinião pública e demandaria estudos de impacto de vizinhança, além de consulta popular via audiência pública.
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A remoção das famílias deixaria a área livre para a empresa construir mais uma ponte que ligaria as ruas Bóris Kauffmann a Travessa São Jorge e a Rua Gema Rabelo, passando sobre o Rio São Jorge, ligando a rua conhecida como Rua da Breda, chegando à ponte do Jardim São Manuel.
Ainda conforme revelado, a Alemoa está sofrendo grandes impactos. Um deles é uma obra da empresa que está construindo um galpão para estocar produtos químicos, sob protestos dos moradores, que criaram um documento exigindo suspensão da iniciativa e melhorias para o bairro.
Tudo após a empresa ter iniciado um bate-estaca para construção do armazém, que gerou rachaduras nas casas. Os moradores chegaram a protestar fortemente contra os equipamentos. De acordo com a fonte, o interesse da empresa seria não só construir o armazém, mas também interligar seu terminal partindo tudo pela Vila Alemoa.
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TRAÇADO.
A informação repassada ao Diário aponta até o traçado. Tudo começou com obras de macrodrenagem da entrada de Santos, a qual está prevista a retirada do Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) e 40 moradias da Travessa Vila Nova, tudo para o segundo semestre deste ano, que ajudaria a ligação dos terminais da empresa.
Depois veio alargamento da Rua Boris Kauffmann, inserida no programa Nova Entrada de Santos que, segundo já anunciado pela própria Prefeitura, possibilitaria o fim das enchentes.
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Está prevista a desapropriação de 12 moradias e sete comércios. A obra, envolvendo R$ 400 mil interligará a drenagem das ruas Ana Santos e Boris Kauffmann com uma estação elevatória.
VEREADORES.
"Antes, as empresas estavam impedidas de realizar estas obras. No entanto, após o acordo firmado, em julho do ano passado, entre a Prefeitura e empresas, tudo foi facilitado e ratificado após a alteração da Lei de Lei de Uso e Ocupação do Solo. Tem dois vereadores intermediando estes acordos", revela a fonte do Diário.
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Não é de hoje que as obras da Entrada da Cidade, visando uma suposta solução para as enchentes, causa impactos sociais. A Justiça já recebeu mais de 10 ações obrigação de fazer visando obrigar a Prefeitura a reparar supostos danos em seu imóveis residenciais para resolver as questões sanitárias (retorno de esgoto) e de escoamento de águas pluviais por conta das enchentes.
PREFEITURA.
Procurada pela Reportagem, a Prefeitura de Santos esclarece que não existe nenhum projeto que possa "acarretar o despejo de cerca de 400 famílias". O que está em análise são projetos habitacionais para garantir moradia para essas famílias e outras em situação de vulnerabilidade social na Cidade.
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