ESPORTE

Atleta de Praia Grande supera drama familiar e se torna campeão sul americano de jiu-jitsu

Integrante de projeto social realizado em Santos, Juan Pablo Pino Cruz, de 21 anos, coleciona títulos e se tornou instrutor da modalidade

Da Reportagem

Publicado em 12/12/2022 às 09:35

Atualizado em 12/12/2022 às 10:37

Compartilhe:

Processo de separação dos pais apresentou o jovem Juan Pablo Pino Cruz, de 21 anos, ao jiu-jitsu, em 2015 / Arquivo Pessoal

O processo de separação dos pais apresentou o jovem Juan Pablo Pino Cruz, de 21 anos, ao jiu-jitsu, em 2015. Colecionador de títulos, o atual campeão sul americano faixa roxa meio pesado da modalidade, encontrou no esporte apoio para superar um drama familiar e mudar as perspectivas de sua própria vida. 

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

“Morava em Praia Grande, no Tude Bastos, e para não ficar na rua minha mãe me trazia para Santos para treinar jiu-jitsu em um projeto social que o Sinpolsan (Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil de Santos) apoiava em parceria com o atleta Raul Faconti”, conta Juan. 

Dedicado, na época com 17 anos, Juan Pablo conquistou títulos importantes na categoria faixa azul, como os campeonatos Mercosul, pan-americano e mundial de 2018. “O esporte me proporcionou fazer viagens de avião, até internacional, que eu nunca tinha sonhado, mantendo viva minha esperança de uma vida melhor”, destaca o atleta. 

Apesar dos resultados positivos no esporte, o atleta deixou o tatame por um período. “A separação dos meus pais me abalou bastante. Era muito difícil para mim aceitar, então procurei a felicidade em baladas e amizades que acabaram me afastando do esporte e da minha família. Fiquei iludido com os prazeres da vida”. 

Para se reencontrar, o atleta contou com a ajuda de um tio e de um primo e foi morar em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes. “Me joguei para tentar fugir das amizades e voltar a ser o Juan Pablo, lutador de jiu-jitsu. Conheci pessoas muito legais, com bastante influência no esporte e no país, que foram essenciais para o meu crescimento e dificuldades com adaptação no país”, conta. 

Em Abu Dhabi, ele conheceu campeões do jiu-jitsu e voltou a lutar. “Nesse tempo em que fiquei lá consegui treinar e tive a oportunidade de fazer a parte física em um grande clube de futebol, o All Ain FC. Lá disputei o campeonato mundial”. No entanto, a saudade da família falou mais alto e, após 45 dias, Juan decidiu voltar para casa. “Estava começando a ficar depressivo e com muita saudade”, afirma.

O recomeço no Brasil contou com o apoio do antigo mestre, Raul Faconti, que lhe convidou para integrar a equipe profissional da academia que administra. “Quando ele me ofereceu essa oportunidade não pensei duas vezes, larguei tudo. Senti que era uma luz me chamando, e mesmo que tivesse alguma dificuldade sabia que lá era o meu lugar, pois ele me estendeu a mão quando mais precisei. Somos uma família”, destaca o atleta, que finalizou o ano como campeão sul americano e atualmente é instrutor da modalidade, auxiliando outros jovens a se tornarem potencias do esporte.  

A história que vivenciou deixou ao atleta uma lição: “O lado positivo de tudo o que aconteceu é que estou mais próximo da minha mãe, e é isso que me faz ter forças todos os dias para ser uma pessoa melhor. Hoje estou feliz”. 

SOCIAL.
O projeto que apresentou Juan Pablo ao esporte foi idealizado há mais de uma década, em Santos, pelo campeão de jiu-jitsu Raul Faconti. A iniciativa atende crianças e jovens da Baixada Santista, com aulas gratuitas da modalidade.  

“Em 2018 perdi minha antiga academia e passei por algumas dificuldades para reabrir, mas hoje estou com meu novo espaço e, no próximo ano, vamos abrir 20 vagas para crianças em situação de vulnerabilidade, que infelizmente não possuem acesso ao esporte”, disse Faconti. 

E são inúmeras as histórias de superação que Faconti presenciou no projeto e tem orgulho de contar. “São diversos casos dentro do projeto, de crianças que sofriam bullying, que tinham problemas com aceitação, dificuldade na escola, problemas familiares e depressão. O jiu-jitsu foi uma ferramenta para que euconseguisse fazer a diferença na vida deles. O Juan é um exemplo disso, se tornou campeão sul americano, possui diversos títulos e dá aulas na minha academia”.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

iFood divulga processo seletivo para diversos cargos; veja como participar

Oportunidades de emprego atendem profissionais com ou sem experiência e para toda as regiões do Brasil

Diário Mais

Aves piromaníacas podem causar incêndios florestais; entenda

A informação faz parte de um estudo e foi publicada no periódico científico Journal of Ethnobiology

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter