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'Imagina explicar na favela?', diz Ciro a empresários no Rio

'Na verdade é um comício, né? Um comício para gente preparada. Você imagina eu explicar isso na favela?', disse a empresários no Rio

Folhapress

Publicado em 31/08/2022 às 23:05

Atualizado em 31/08/2022 às 23:07

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Ciro Gomes / Divulgação

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O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), candidato à Presidência, afirmou nesta quarta-feira (31) ser um "serviço pesado" explicar seu diagnóstico e propostas para a economia do país para moradores de favelas.

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A declaração ocorreu durante palestra a empresários na Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro). Ele fez um comentário após ser parabenizado pela fala de cerca de 45 minutos.

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"Na verdade é um comício, né? Um comício para gente preparada. Você imagina eu explicar isso na favela? É um serviço pesado", disse ele.

A campanha de Ciro tem sido voltada justamente para o eleitorado mais pobre, ao propor uma renda mínima de R$ 1.000, maior do que os adversários, a taxação de grandes fortunas e a lei antiganância, para limitar a cobrança de juros em empréstimos.

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A aproximação dos mais pobres foi definida como prioridade pelo marqueteiro João Santana, que determinou que a primeira agenda de campanha fosse na periferia de São Paulo. No dia 16, Ciro chegou antes das 8h ao bairro de Guaianases, no extremo leste e um dos locais mais pobres da cidade.

Na agenda, entre pedidos de desculpas por interromper o trânsito no bairro, ele falou sobre seu programa de transferência de renda batizado de Eduardo Suplicy, um dos quadros mais tradicionais do PT em São Paulo, o que incomodou alas petistas. Ciro também anunciou projeto de financiar smartphones em 36 vezes e ampliação de redes wi-fi gratuitas na periferia.

Antes da fala na Firjan, o candidato participou de uma caminhada na rua do Saara, mercado popular do Rio de Janeiro. Ciro estava ao lado do ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT), candidato ao governo estadual.

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Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (18) mostra que Ciro mantém 7% -distante de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 47%, e do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), com 32%. Trata-se do mesmo percentual registrado pelo pedetista no levantamento divulgado no fim de maio.

No Twitter, Ciro afirmou que dizer que ele menosprezou moradores da favela é "muita má-fé".

"Fiz uma palestra na Firjan sobre temas extremamente técnicos -capazes de serem entendidos por poucos- e concluí com uma autocrítica por usar linguagem tão técnica. Daí a dizer que menosprezei moradores das favelas é muita ma-fé", escreveu.

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"Aos fatos: a um diretor da Firjan que chamou a palestra de "aula", respondi, brincando, que era "um comício". E completei: "imagine explicar na favela, seria pesado". Usei o termo "gente preparada" no sentido técnico, nunca como menosprezo à sabedoria popular. Que amo e respeito."

O presidenciável também culpou apoiadores de Bolsonaro e Lula por espalhar o que, segundo ele, seria fake news.

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"Isso não se dá por acaso. Com medo do nosso crescimento, as máquinas do ódio do petismo e do bolsonarismo destamparam suas usinas de agressões, fake news e manipulações. Assista ao vídeo e tire suas próprias conclusões."

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