Polícia

Wagner Moura não acredita em envolvimento de amigo

Presidente da Câmara de Cubatão concedeu entrevista bastante emocionado e abalado. Ele comentou a participação de Neco no sequestro de suas filhas

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 17/07/2013 às 20:30

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“É difícil acreditar que um amigo de infância, que durante as investigações foi na minha residência, me abraçou e falou: Wagner estou correndo atrás dos sequestradores, vou te ajudar nessa. Eu custo a acreditar que ele possa ter feito isso. Fiquei surpreso, espero aguardar a conclusão das investigações para falar sobre isso”. As declarações são do vereador cubatense Wagner Moura (PT) ao comentar a participação de Wilson dos Santos, o Neco, de 44 anos, no sequestro de suas filhas.

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Investigações da Polícia Civil apontam que Neco seria o mentor do sequestro. O acusado foi cabo eleitoral do parlamentar na última eleição. Além de Neco, outras dez pessoas foram presas - duas no decorrer das diligências - e o restante na madrugada de segunda-feira.

Após a soltura de suas filhas, Wagner Moura abriu, no final da tarde desta quarta-feira (17), as portas da Câmara de Cubatão para detalhar os momentos de tensão que viveu durante o sequestro. O parlamentar é presidente da Casa.

“Foi o momento mais difícil da minha vida. Para mim, não havia interesse em viver sem elas ao meu lado. Os sequestradores sabiam o quanto elas eram ligadas a mim. Sabiam que me afetariam arrebatando elas”, afirmou Moura, visivelmente abalado e emocionado.

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'Não adianta. No final, o bem sempre prevalece sobre o mal', disse Wagner Moura (Foto: Jonas de Morais/DL)

O martírio da família Moura teve início em 6 de junho, quando as filhas de 21 e 16 do parlamentar foram sequestradas de sua residência. Durante 38 dias, as jovens ficaram em poder dos marginais em uma cabana localizada na Serra do Mar.

“Elas ficaram num lugar com três colchonetes. Ficavam em dois e os mateiros revezavam um. O lugar tinha cobra e macaco. Era um perigo grande, mas elas estavam confiantes que sairiam ilesas”, disse o parlamentar.

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Ainda segundo Moura, o bando planejava sequestrar apenas a filha mais velha. “Ela tem síndrome do pânico, então a mais nova pediu para ir no lugar dela. Insistiu, eles só queriam a mais velha, mas ela foi junta para não abandonar a irmã”.

Segundo o presidente da Câmara, o momento mais difícil do sequestro ocorreu após o pagamento da quantia exigida pelos marginais - R$ 202 mil. “Eu não tinha garantia de que elas estariam vivas. Deixei o dinheiro na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, no sábado, e fiquei rodando pela estrada com meu irmão procurando elas. Foi desesperador”.

Para Wagner Moura, a soltura de suas filhas foi o momento mais feliz de sua vida. “No nosso encontro elas disseram: Pai nós te amamos. Ao escutar isso, as abracei e disse: O pai nunca vai abandonar vocês, nunca.”

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O parlamentar aproveitou para agradecer o trabalho realizado pela polícia.

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