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Em depoimento à Corregedoria da Polícia Militar, uma testemunha afirmou que uma policial riu enquanto um colega dela matou um suspeito rendido no Butantã, na zona oeste de São Paulo.
A testemunha afirmou que a soldado Mariane Moraes Silva Figueiredo dava risada enquanto via outros PMs atirando em Paulo Henrique de Oliveira, que estava desarmado. Na mesma ocorrência, outro suspeito foi baleado após ser jogado do telhado de uma casa.
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Dois dos 11 PMs presos por participar da morte da dupla rendida na zona oeste de SP, no início deste mês, já se envolveram em ações consideradas suspeitas que também terminaram em assassinatos.
Nas duas ações, em dias distintos de janeiro deste ano, as mortes ocorreram em decorrência de alegado confronto policial, após os suspeitos terem sido abordados.
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Segundo os boletins de ocorrência que registraram os casos, os PMs mataram os homens após eles reagirem.
Como é praxe em assassinatos após intervenção policial (em 2014, foram 801 mortos em ações dessa natureza em todo o Estado), a Ouvidoria da polícia de São Paulo solicitou ainda em janeiro investigação ao Ministério Público e à Corregedoria da PM, mas não há notícia de que os casos tenham sido analisados.
Oficialmente, os policiais registraram no boletim de ocorrência que os homens estavam armados e reagiram.
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Imagens divulgadas posteriormente, porém, desmentiram a PM: além de assassiná-los, os policiais ainda plantaram armas junto aos corpos.
Nas duas ações de janeiro, a polícia registrou em boletim versão semelhante: armados, os suspeitos reagiram à abordagem e foram mortos.
O primeiro caso, em 4 de janeiro, envolveu dois suspeitos de roubar um carro na zona oeste da capital. Perseguidos, eles revidaram atirando. Um dos homens morreu nessa alegada troca de tiros.
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Estava na ação o soldado Silviano Clayton dos Reis, preso por matar Paulo Henrique de Oliveira na calçada no Butantã, no último dia 7.
O outro episódio ocorreu 22 dias depois, na mesma região. Uma caminhonete com três homens suspeitos foi abordada. Na fuga, um dos suspeitos, armado, foi baleado e também morreu.
O soldado Silvio André Conceição, também preso pelo crime do dia 7 de setembro, participou dessa ação.
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"Se eles são capazes de agir daquela maneira exposta nos vídeos, nada impede que esses outros casos também tenham sido forjados", afirmou o ouvidor, Julio Cesar Neves.
A reportagem não localizou nesta sexta (18) os policiais e seus respectivos advogados.