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O Comando da Polícia Militar determinou nesta terça-feira15), a primeira prisão de um dos policiais suspeitos de envolvimento com os achaques ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Trata-se do 1.º tenente Guilherme William Pacheco da Silva, de 36 anos. Ele foi detido administrativamente pela Corregedoria com base nas escutas telefônicas feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE), que mapeou a facção durante três anos e meio de investigação.
Silva está lotado no 16.°Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, na zona oeste da capital. Ele foi preso nesta terça quando chegou ao trabalho. Desde janeiro, a Corregedoria da PM vigiava o tenente, mas decidiu adiar a prisão do acusado para não atrapalhar a megainvestigação, que ainda estava em andamento. A prisão do tenente foi anunciada nesta terça-feira pelo comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, em entrevista à Radio Estadão.
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A investigação contra o oficial começou, segundo Meira, em 23 de janeiro, quando, às 20h01, um homem ligou para Marcos de Lima Gonçalves, o Boy, um dos 175 acusados de integrar o PCC denunciados pelo Ministério Público Estadual. Esse homem seria Silva. Ontem, segundo a Corregedoria, o tenente reconheceu que conversou com Boy. Disse que fazia uma investigação por conta própria sem avisar os superiores.
Boy seria um dos gerentes do Progresso, o setor do PCC responsável pelo tráfico de drogas. Pouco antes, uma de sua subordinadas havia sido presa, segundo a denúncia, com 3,5 quilos de cocaína, na Avenida Francisco Morato, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo. Boy telefona para o celular usado pelo PM, um telefone da corporação. O acusado pergunta ao PM "se a menina tem ideia", ou seja, se é possível soltar a presa.
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O policial diz que não, pois ela havia sido presa por policiais que "só querem medalha e dia de folga". O policial diz que ele "tem ideia para trocar". Em seguida, ele se oferece para transportar drogas e dar segurança aos bandidos. "Tem uns meninos que trabalham com isso, que é PM também; vai de motinha, entrega lá, recebe e vai embora."
Além do tenente do 16.º Batalhão, outros dois são investigados - um da zona sul e outro da zona leste. Este teria detido um funcionário de Silvio Luiz Ferreira, o Cebola. E Cebola concordou em pagar R$ 5 mil para soltar o subordinado em 2011. Hoje, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que haverá "tolerância zero" nesse caso. "A Corregedoria está investigando todos os suspeitos e, se comprovada a participação de algum policial com o crime organizado, ele será punido."
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