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O comportamento de policiais militares (PMs) durante a operação de desocupação do antigo prédio da Oi, feita hoje (11) na zona norte do Rio, motivou uma nota de repúdio por parte do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Grande parte dos profissionais de imprensa foi mantida muito afastada do local onde ocorria a desocupação, sem poder registrar imagens nem entrevistar moradores. Em vários momentos, o PMs agrediram verbalmente e até fisicamente repórteres e fotógrafos que tentavam trabalhar.
O repórter Bruno Amorim, do jornal O Globo, foi preso sem motivação legal, apenas porque estava fotografando a ação dos policiais, que o acusaram de estar "incitando os manifestantes". Mesmo se identificando como jornalista, mostrando o crachá da empresa, ele foi detido e levado para a 25ª Delegacia de Polícia, onde acabou liberado.
Na nota intitulada “Em repúdio à violência policial contra jornalistas”, o sindicato cobra uma posição oficial sobre as agressões. “O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro cobra do governo, das autoridades da Segurança Pública e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, assim como do Ministério da Justiça, providências imediatas para garantir a devida e rigorosa apuração dos desvios de conduta policial ocorridos na operação militar feita na manhã desta sexta-feira na Favela da Telerj, no Engenho Novo, zona norte da cidade.”
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E prossegue: “Manifestamos absoluto repúdio às violações aos direitos humanos e à democracia que foram perpetradas pela Polícia Militar na operação. Entre os presos e feridos, o repórter Bruno Amorim, do jornal O Globo, foi rendido com uma chave de braço por PMs, que arrancaram os seus óculos, apreenderam o seu celular, filmaram o seu rosto e o levaram preso para a 25ª DP [Delegacia de Polícia], de onde foi liberado horas depois. Outros jornalistas também foram ameaçados, agredidos e alvos de bombas lançadas de um helicóptero por policiais militares”.
Por último, a nota divulgada pelo sindicato informa que serão buscadas medidas que garantam o livre exercício do trabalho jornalístico. “Ficou claro que o cerceamento ao nosso exercício profissional teve o notório propósito de impedir o registro das violações de direitos humanos praticadas pela PM na operação de retirada da população da favela. Em defesa dos interesses coletivos e individuais da nossa categoria, o sindicato exige ainda que o governo e as autoridades de segurança pública do estado do Rio de Janeiro garantam o fim dessa política de perseguições e ataques de policiais militares contra os jornalistas. Estudamos as medidas cabíveis para responsabilizar o Estado não só pelos abusos verificados nesta manhã, como também pelo sistemático cerceamento que a nossa profissão tem sofrido historicamente por meio de intimidação e violência armada.”
A PM foi procurada para se posicionar sobre a nota do sindicato, por meio de sua assessoria de imprensa, mas até a publicação desta matéria ainda não havia se pronunciado.
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