Polícia
No dia 12, O recruta Paulo Aparecido Santos de Lima, de 27 anos, tivera um mal súbito durante treinamento no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap)
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O recruta Paulo Aparecido Santos de Lima, de 27 anos, que se qualificava para ingressar na Polícia Militar (PM) do Rio, teve morte cerebral na noite desta segunda-feira, 18, após seis dias internado no Hospital Central da PM (HCPM). No dia 12, Lima tivera um mal súbito durante treinamento no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap).
A morte cerebral, de acordo com o HCPM, se deu por um derrame causado por uma série de fatores, como a temperatura elevada, prática de exercícios físicos ou mesmo alguma predisposição genética. Relatos de outros recrutas, porém, apontam para excessos na condução do treinamento - ou mesmo para a hipótese de que Lima tenha sido vítima de trote.
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O dia 12 de altas temperaturas na capital fluminense. No Jardim Sulacap, zona oeste, onde está a sede da Cfap, a temperatura superou os 42º C, com sensação térmica acima de 50º C. O recruta teria passado mal após uma série de exercícios sob sol quente. Ao todo, dos 490 recrutas da 5ª Companhia Alfa que participavam do curso, 33 passaram mal - com Lima entre eles.
Pelo menos 18 teriam sofrido queimaduras nas nádegas ou nas mãos De acordo com reportagem do jornal Extra, recrutas que participaram das atividades apontam para a prática do trote no dia 12. O treinamento é referido por eles como "suga", significando que os exercícios foram levados ao extremo da resistência física. Aqueles que não eram capazes de acompanhar os exercícios teriam sofrido dois tipos de castigo, segundo os relatos: ou eram obrigados a ficar sentados sobre o asfalto quente - o que explicaria a ocorrência de queimaduras nas nádegas e nas mãos - ou recebiam banhos de água gelada, provocando choques térmicos.
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O comandante do Cfap, coronel Nélio Monteiro, afirmou estar abalado com a morte. Monteiro lembrou do histórico recente do centro, que formou entre 2012 e 2013 mais de 7 mil policiais militares sem qualquer ocorrência do tipo. "Foi um fato atípico, num dia atípico", afirmou.
Na tarde desta terça-feira, a PM fluminense afirmou que Lima seguia na Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital, mantido vivo por meio de respiradores artificiais. Os quatro oficiais responsáveis pela turma foram substituídos e passaram a responder por tarefas administrativas do Cfap, momentaneamente. Dois inquéritos policiais-militares (IPMs) foram instaurados para apurar o caso, conforme o comandante do Cfap. Em um, o foco está nas queimaduras e outras lesões. No outro, o objetivo é investigar os desmaios e casos de mal-estar. Se comprovado excesso, a PM afirma que os oficiais serão responsabilizados.
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