ECONOMIA

Recorde de movimentação no Porto de Santos impulsiona setor de logística

Especialista em logística explica cenário e comenta a alta demanda de transporte

Da Reportagem

Publicado em 19/10/2022 às 15:00

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O crescimento verificado apenas em agosto deste ano foi de 14,6 milhões de toneladas / Nair Bueno/ Diário do Litoral

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Caminhões, contêineres, embarcações e navios. O movimento no Porto de Santos bateu recorde até agosto de 2022 por conta do agronegócio. É o que apontam os últimos dados da Santos Port Authority (SPA). O desempenho de contêineres e de cargas impulsionou os números globais do porto registrando um novo recorde: 110,1 milhões de toneladas em cargas. O crescimento verificado apenas em agosto deste ano foi de 14,6 milhões de toneladas, alta de 21,4% sobre agosto de 2021, resultando no melhor desempenho para o mês. A comparação anual mostra alta de 9%.

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Só no mês de agosto, os embarques totalizaram 10,6 milhões de toneladas, crescimento de 31% ante 2021. As descargas chegaram a 4 milhões de toneladas, 1,6% a mais do que o apurado em igual mês o ano passado. Os embarques totais em 2022 até agosto somaram 80,3 milhões de toneladas, alta de 11,1% em relação ao mesmo período de 2021. Já as descargas atingiram 29,8 milhões de toneladas, crescimento de 3,6%.

CONTÊINERES.
Já a movimentação de contêineres em agosto atingiu 456,5 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) e superou em 12% o resultado do mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o índice registrou 3,3 milhões de TEU, 2,9% acima dos oito primeiros meses de 2021 e a melhor marca para o período.

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AGRONEGÓCIO.
Os destaques entre as cargas do agronegócio, no mês de agosto, foram: soja em grão, com 782,7 mil toneladas (+328,75%); milho, com 2,3 milhões de toneladas (+25,2%); açúcar, com 2,5 milhões de toneladas (+24,1%); farelo a granel, com 831,2 mil toneladas (+63,5%); e celulose, com 810,3 mil toneladas (+68,7%). 
No acumulado do ano destacaram-se os embarques de celulose, com um expressivo movimento de 5,4 milhões de toneladas, aumento de 61,2%; de milho, com 6,4 milhões de toneladas (+78,0%); soja em grão, com 23,8 milhões de toneladas (+9,9%); farelo de soja a granel, com 6,2 milhões de toneladas (+32,0%); e carnes, com 1,5 milhão de toneladas (+31,8%). Entre as descargas sobressaiu-se o fertilizante, com 5,5 milhões de toneladas (+13,1%).

AGOSTO.
Mercado aquecido. É assim que Lúcio Lage Rodrigues, diretor comercial da Process Log & Comex, define este recorde no setor de agropecuária. Em termos de exportação, o empresário do ramo do Comércio Exterior explica que a produção de muitas das commodities como milho, farelo, soja e carne vêm crescendo e isso aquece o mercado de logística: “Para transportar a produção agrícola e pecuária para o Porto, aumenta-se a demanda de transporte rodoviário e, assim, mais maquinários e caminhões são acionados para realizarem esse serviço, o que afeta a cadeia como um todo. A parte de exportação, em grande medida não é feita por contêiner, mas sim por navios específicos que armazenam geralmente as cargas em seus porões”. Sendo toda a cadeia de logística afetada positivamente, aumenta a demanda de trabalho para levar tudo aos terminais.

Quando o assunto é importação, ele explica que as transações também estão a todo vapor: “O Brasil teve vários estímulos na economia, como pacotes de auxílio do Governo. Com isso, as pessoas têm mais dinheiro para irem às compras, reforçando a necessidade de se importar da China e outros lugares do mundo para atender essa demanda. Tal cenário foi ainda mais favorecido com medidas do governo de redução dos impostos de importação para vários produtos, o que fez com que as mercadorias importadas chegassem mais baratos no Brasil”. 

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Com o aumento das importações, que em por sua vez são feitas muitas vezes por contêineres, a movimentação de cargas chegando do exterior aquece ainda mais a cadeia. “Uma vez que a carga importada é liberada no terminal portuário, ela precisa chegar ao destino final, numa fábrica, no centro de distribuição ou numa empresa específica. Como o Brasil depende muito do transporte rodoviário, vários caminhões são acionados para fazer esses trajetos.”. 

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