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Do primeiro julgamento, em abril de 2013, até a última audiência em março, o júri do massacre do Carandiru esvaziou.
O lamentável episódio ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando a intervenção da Polícia Militar do Estado de São Paulo para conter uma rebelião causou a morte de 111 pessoas, de acordo com números oficiais.
Na plateia, quase só se viam advogados e curiosos de passagem sentados em um plenário com capacidade para 230 pessoas, praticamente desocupado.
Até familiares dos réus foram recomendados a não comparecer. Mesmo Organizações Não Governamentais (ONGs) ligadas ao sistema carcerário mostraram desinteresse.
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“É como você colocar em julgamento os soldados que vão para a guerra e os mandantes ficarem totalmente fora de qualquer punição”, diz o padre Valdir João Silveira, da Pastoral Carcerária Nacional. “Não adianta punir os policiais se a estrutura que criou a política violenta da época é mesma que se mantém no poder.”
Segundo ele, entidades de direitos humanos ligadas à Rede 2 de Outubro estão mais interessadas em um sistema de Justiça restaurativa, em que o agressor participa do processo de reparação do dano da vítima e reconhece o erro.
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“Fomos convidados pelo o Ministério Público para participar do julgamento, mas não tínhamos interesse.”
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