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O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse na sexta-feira (14) que a chacina ocorrida na noite de quinta, na Grande São Paulo, pode ter relação com as mortes de dois agentes de segurança na última semana na região dos crimes.
Essa é a maior chacina registrada neste ano na região metropolitana, com 18 mortos e seis feridos. Segundo a polícia, foram 15 mortos em Osasco, três em Barueri e um em Itapevi.
A participação de policiais em crimes desse tipo não é incomum. Nas cinco principais chacinas registradas na capital paulista desde 2013, onde morreram 42 pessoas, existe a suspeita de participação da polícia.
No caso mais emblemático deste ano, antes da matança de Osasco, polícias militares são suspeitos de participar da execução sumária de oito pessoas que participavam de uma festa na sede da torcida Pavilhão 9, do Corinthians. O crime ocorreu em abril.
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Logo depois da chacina, o secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes (PMDB), chegou a dizer que não havia nenhum indício de que policiais tivessem participado da chacina na sede da torcida corintiana.
Semanas depois, no entanto, um policial militar e outro ex-policial foram presos pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
No ano passado, policiais militares da capital paulista e também da cidade de Campinas foram acusados de participação em duas outras grandes chacinas, nas duas cidades.
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Em julho de 2014, sete pessoas foram mortas na cidade de Carapicuíba, na Grande São Paulo. As investigações culminaram com uma acusação formal do Ministério Público contra quatro pessoas. Duas delas eram policiais militares.
Na cidade de Campinas, a chacina que matou 12 pessoas, a maior da cidade, implicou na acusação contra seis PMs, que estão sendo processados, após a Justiça aceitar as denúncias.
Em 2013, crimes praticamente simultâneos mataram oito pessoas nas cidades de Osasco, Carapicuíba e Jandira. A investigação trabalha com a hipótese de as mortes estarem relacionadas com a morte de um policial militar, dias antes dos crimes, no centro da cidade de Osasco.
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Em janeiro daquele ano, no bairro do Campo Limpo, na capital paulista, sete pessoas perderam a vida em outra chacina. Entre elas o rapper Laércio Grima, 33, que teria sido o principal alvo dos atiradores, segundo testemunhas.
Meses depois das mortes, seis policiais foram presos de forma preventiva, acusados de participação na chacina do Campo Limpo.
A Grande São Paulo registrou ao menos cinco chacinas em 2015, deixando 25 mortos, entre eles um bebê de 10 meses.
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Relembre as chacina deste ano:
Jardim São Luiz, zona sul
Mortes: 6
Data:1/7
Contexto: Os seis mortos estavam no bar quando o grupo de atiradores chegou. Quatro morreram no local e outros dois, ao tentarem fugir, foram baleados na rua. Os suspeitos fugiram em um carro
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Quadra da torcida organizada Pavilhão Nove, do Corinthians
Mortes: 8
Data: 18/4
Contexto: Durante uma festa na sede da torcida oito pessoas foram baleadas. O grupo foi obrigado a se deitar pelos três criminosos armados. Sete vítimas morreram na quadra. A oitava pessoa baleada morreu no HC. Desde o início, a polícia descartou a hipótese de brigas de torcida. Em maio, um PM e um ex-PM foram presos acusados de participar do crime. Antes disso, o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, havia dito que não passava de boato a possível participação de PMs na chacina
Jaçanã, na zona norte
Mortes: 4
Data:9/4
Contexto: Quatro pessoas morreram após serem baleadas na rua, em três ataques próximos, na região do Jaçanã.
Vila Jacuí, zona leste
Mortes: 4
Data:2/2
Contexto: Grupo de jovens conversava perto de um campinho de futebol quando ao menos sete homens disparados chegaram a abriram fogo. Três jovens foram mortos no local. Um dos tiros atravessou a parede de madeira de um dos barracos e atingiu a cabeça de uma menina de dez meses.
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Mogi das Cruzes, na Grande SP
Mortes: 3
Data: 24/1
Contexto: Os criminosos chegaram em um Fox e abriram fogo contra um grupo que conversava na rua. Três morreram. Outros dois jovens ficaram feridos.
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