Polícia

Policiais acusados do Massacre do Carandiru alegam inocência durante

Durante o interrogatório, os quatro policiais disseram ter ouvido disparos dos detentos antes de entrar na casa de detenção

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 20/04/2013 às 11:02

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Apenas quatro dos 26 policiais militares acusados de matar 15 presos que ocupavam o segundo pavimento do Pavilhão 9 da antiga Casa de Detenção do Carandiru prestaram depoimento na tarde de ontem (19) no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, onde ocorre o julgamento do Massacre do Carandiru. Os demais decidiram permanecer em silêncio. Todos, porém, alegaram inocência.

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Durante o interrogatório, os quatro policiais disseram ter ouvido disparos dos detentos antes de entrar no Carandiru e que a operação policial no local foi necessária. Além disso, alegaram que houve necessidade do uso de armas de fogo no pavilhão porque os presos resistiram à ação policial e revidaram. No Massacre do Carandiru, ocorrido no dia 2 de outubro de 1992, 111 detentos morreram.

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Os primeiros militares a falar foram o então capitão da Rota Ronaldo Ribeiro dos Santos e Aércio Dornelas Santos, que era tenente na época do massacre. Também foram ouvidos o então sargento Marcos Antonio de Medeiros e Marcos Ricardo Polinato, na época soldado da Rota.

Os dois primeiros disseram que a ordem para a entrar no Pavilhão 9, a fim de conter a rebelião de presos, foi dada pelo então comandante da ação, o coronel Ubiratan Guimarães. Um dos policiais interrogados, o sargento Medeiros, foi o único que confessou ter usado a metralhadora na ação. Já o capitão e o tenente falaram que carregavam uma metralhadora para caso de necessidade, mas que não a utilizaram, embora tenham admitido ter feito “três ou quatro disparos” de arma de fogo (de revólver) na direção dos detentos.

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Todos negaram que os tiros tenham sido dados do corredor (onde se encontravam os policiais) para dentro das celas, como alega o Ministério Público (MP). Órgão defende a tese de que não houve confronto confronto com os presos, e que os policiais atiraram com os detentos rendidos.

Durante o depoimento, o soldado Polinato disse ter sido ferido na operação. Ele acrescentou que não havia como entrar no local sem o uso de armas de fogo. A mesma posição foi manifestada pelos demais policiais ouvidos. "Não havia outra alternativa senão o uso de armas de fogo pelos policiais. Era um ambiente extremamente hostil", disse o então capitão Aércio Dornelas Santos.

O julgamento do Massacre do Carandiru, que começou na última segunda-feira (15), prossegue hoje (20) com os debates entre defesa e acusação. Em seguida, os sete jurados irão se reunir para decidir se condenam ou absolvem os policiais.

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