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Oitenta e nove pessoas, entre elas três policiais militares, foram presas nesta sexta-feira, 18, em 17 cidades do Estado do Rio acusadas de integrar uma quadrilha responsável por uma das maiores fraudes já feitas contra o Departamento de Trânsito fluminense (Detran-RJ). Outras 33 pessoas estavam foragidas até a noite desta sexta.
Para regularizar ônibus, caminhões, vans e táxis que não cumpriam as exigências, cada cliente pagava de R$ 50 a R$ 1.000 ao bando, composto principalmente por funcionários do Detran-RJ, prestadores de serviço e despachantes. A quadrilha atuava desde 2009 e, segundo a corregedoria do órgão, faturava cerca de R$ 2 milhões por mês.
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Uma das irregularidades praticadas era usar o resultado do teste de aferição de gases poluentes de um veículo aprovado em laudo no lugar de outro que não seria aprovado. A quadrilha também dispunha de um falsário que adulterava documentos públicos a serem usados na instrução de processos no Detran.
Foram expedidos 122 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão A operação, chamada Cruzamento, foi realizada pela Corregedoria do Detran-RJ em parceria com a Polícia Civil e o Ministério Público.
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Entre os acusados, há milicianos que atuavam em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Mais de 10 das tentativas de prisão ocorreram em áreas dominadas por criminosos. Em uma das ações, na favela de Acari, na zona norte, houve confronto entre policiais e bandidos.
Um suposto traficante ficou ferido e foi levado ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha (zona norte). Ele não corre risco de morte. Foram apreendidas placas frias, documentos falsos e computadores com informações sobre o esquema.
Durante a investigação, escutas telefônicas indicaram que a quadrilha agia em seis postos de vistoria do Rio (Santa Cruz, Campo Grande e Barra da Tijuca, na zona oeste; Irajá e Vila Isabel, na zona norte; e centro), além de Belford Roxo e Nova Iguaçu, cidades na Baixada Fluminense, e São Gonçalo, na região metropolitana.
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O esquema mantinha núcleos nessas localidades, com frequentes contatos entre seus executores. As escutas revelaram que os envolvidos, para cometer as fraudes, escolhiam os postos de vistoria mais oportunos em cada momento.
"Reunimos processos que indicavam fraudes em nove postos e, com autorização judicial, iniciamos o monitoramento (telefônico). Foi possível identificar 900 veículos envolvidos e um movimento mensal de cerca de R$ 2 milhões", disse o corregedor do Detran, Anthony Alves.
O Ministério Público já denunciou 181 pessoas acusadas de integrar a quadrilha. Elas serão processadas pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, falsidade ideológica, falsificação de documento público, inserção de dados falsos em sistema informatizado e supressão de documento público.
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